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UM PROGRAMA DE:
Isabel SimõesA cerimónia de entrega do Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga APE/Câmara Municipal de Coimbra vai ter lugar amanhã, dia 4 de julho, Dia da Cidade, às 15h00,no Convento São Francisco, em Coimbra.
O júri, coordenado por José Manuel Mendes, constituído por Ana Margarida de Carvalho, António Pedro Pita e Cândido Oliveira Martins, atribuiu, por unanimidade, o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga Associação Portuguesa de Escritores/Câmara Municipal de Coimbra (CMC) ao livro – O Firmamento é Negro e Não Azul – A vida de Luiz Pacheco escrito por António Cândido Franco. A obra foi editada pela Quetzal.
Na ata o júri fundamenta a sua escolha por o autor revelar “notável capacidade criativa da escrita do biógrafo, pelo aprofundado desenho da invulgar e marginal personalidade de Luís Pacheco, paradigma do escritor maldito na literatura portuguesa contemporânea e, não menos importante, pela documentadíssima reconstrução do contexto político, social e cultural, sobretudo do meio literário, desde a transição para o Estado Novo até aos tempos recentes da democracia de 1925 a 2008.
Na 4.ª edição da Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga concorreram 29 obras, publicadas no ano de 2023.
O valor monetário deste Grande Prémio é, para quem foi distinguido, de 12.500,00 euros.
Com nota de imprensa da CMC
Quase 50 anos após se estrear como poetisa publicada, a brasileira Adélia Prado foi distinguida com o Prémio Camões, que vai juntar ao prémio Machado de Assis, ao Jabuti e ao canadiano Griffin, entre outros. A escritora nasceu em 1935, em Divinópolis (Minas Gerais), estreou-se em livro com “Bagagem”, em 1976, obra apadrinhada por Carlos Drummond de Andrade, seu conterrâneo estadual, a par de João Guimarães Rosa.
Carlos Drumond de Andrade entregou os poemas ao seu editor e declarou que São Francisco ditava versos a uma dona de casa em Minas Gerais. Adélia Prado foi a primeira da sua família a ver o oceano, a estudar na universidade e a sonhar escrever um livro, pode ler-se na biografia de Adélia Prado publicada pela organização do prémio Griffin.
A escritora estudou Filosofia e Educação Religiosa na universidade local e deu aulas até 1979, tendo sido nos anos oitenta do século passado adida cultural da cidade onde ainda vive.
A mesma biografia recorda que, em 1998, o Jornal de Poesia da Biblioteca Nacional fez uma sondagem junto de intelectuais brasileiros sobre quais os 20 mais importantes poetas do país e Adélia Prado ficou em quarto lugar. Hoje, a influência de Adélia Prado é sentida além-fronteiras, quer do Brasil, quer da região.
Em 2014, ganhou o prémio Griffin, o mais importante galardão atribuído a poesia no Canadá e um dos maiores do mundo, enquanto a escritora argentina Maríana Enriquez abriu o seu mais recente livro (“Um Lugar Luminoso para Gente Sombria”, de 2024) com uma citação de Prado.
Segundo a Agência Lusa, na rede social Instagram, a escritora lê poemas e recebe dezenas de milhares de ‘likes’, respondendo a perguntas como qual é o seu salmo preferido da Bíblia.
Num mesmo poema, Prado consegue reunir a metafísica da beleza da vida e os apetites do marido. Fruto dessa capacidade, José Tolentino Mendonça e Miguel Cabedo e Vasconcelos escreveram, no prefácio à antologia editada em Portugal em 2016, que “Adélia provoca escândalo. A expressão cultural, como avisam as diversas tradições litúrgicas, é intimamente corporal”.
Em Portugal, Prado tem publicados “Bagagem” (2002), “Solte os Cachorros” (2003) e a antologia “Com licença poética”, com seleção e prefácio de Abel Barros Baptista, todos pela editora Cotovia.
Em 2016, a Assírio & Alvim lançou a antologia “Tudo que existe louvará”, organizada e prefaciada por José Tolentino Mendonça e Miguel Cabedo e Vasconcelos. Segundo o júri, “Adélia Prado é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética. Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escrever as seguintes palavras “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo…”, para o júri Adélia Prado é uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.
Com Agência Lusa
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