“Semana de Resistência” promove cultura em protesto contra a convenção do Chega!
A presença de André Ventura em Coimbra causa polémica e mobiliza “Semana da Resistência” com atividades culturais, sociais e políticas.
Na próxima semana, de segunda, 24, até ao último dia do mês, 31, o movimento cívico “Semana da Resistência” organiza uma semana recheada de eventos culturais que visam promover a diversidade em Coimbra. Na véspera da convenção do partido de Chega!, que se vai realizar nas Caves de Coimbra, Catarina Silva classificou o partido liderado por André Ventura como de extrema direita e explicou-nos o que vai acontecer durante a próxima semana.
As atividades promovidas visam não só combater a força política e aquilo que ela representa, mas também dar voz a quem por ela é “silenciado”, afirma Catarina Silva.
Quando questionada sobre se os eventos organizados no âmbito da “Semana da Resistência” não poderiam ser uma forma de tentar cortar a liberdade de expressão do Chega, a representante explica que o protesto é também uma forma de fazer uso da sua.
A iniciativa divide opiniões
A RUC saiu à rua para tentar perceber qual a opinião dos cidadãos relativamente à presença de André Ventura e Matteo Salvini na cidade de Coimbra no final do mês.
Bruno Serrano, estudante da Universidade de Coimbra, e Rafael, gerente de restauração, assumem-se a favor do terceiro comício nacional do partido Chega.
José Almeida, assistente técnico de 51 anos, considera que o facto do partido Chega ser radical dificulta a sua liberdade de expressão. Já Jorge Pires, estudante de Filosofia na Universidade de Coimbra, recorda que a realização do comício é legal segundo a Constituição. No entanto, para o estudante da FLUC o mais importante é mesmo discutir as ideias do partido e aquilo que se discutir no congresso.
Luís Ferreira, de 71 anos, declara-se a favor do movimento cívico da “Semana da resistência”. Já José Almeida defende que todos têm o direito de se manifestar.
Confrontada com as divergências sobre o assunto, Catarina Silva afirmou que as diferenças fazem parte do processo democrático, mas que a promoção do diálogo também é um dos principais objetivos da iniciativa.
Para além destas ações culturais, vão ainda acontecer duas manifestações: a primeira, no dia que marca o princípio da Convenção do Chega, a 28 de maio, e a segunda, no dia 30, inserida na Manifestação Nacional Antifascista, que coincide com a chegada de Matteo Salvini.
Catarina Silva adiantou que a “Semana da Resistência” tem previstas uma mostra de cinema sobre o sistema prisional português, uma assembleia sobre habitação, no bairro de Celas, e que vai marcar presença vai estar presente no encerramento do Festival Transfeminista, no próximo dia 23, no Aqui Base Tango. O calendário completo dos eventos será divulgado em breve.
Para ouvir a entrevista na íntegra basta consultar o link acima.