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Elvis Goes reúne investidores para injetar 1,5 milhões na Academia Briosa XXI
Responsável pela IFAPT quer aumentar investimento na Académica para melhorar a infraestrutura. Empresário acredita que consegue que Académica regresse à 1ª Liga no curto prazo e pede Assembleia Geral em que possa apresentar o projeto.
“Make Académica Great Again”? Elvis Goes foge ao slogan, mas diz que é mesmo esse o objetivo. O empresário indiano fala num injeção de 1,5 milhões de euros na Academia Briosa XXI ao longo de um horizonte temporal de 3 anos sustentado por um grupo de investidores provenientes da América do Norte, Europa e Ásia. “Modernizar e profissionalizar” são palavras de ordem do projeto que quer catapultar a Briosa de regresso para a 1ª Liga.
Lembra-se da IFAPT?
Foi há cerca de ano e meio que a Rádio Universidade de Coimbra descobriu a associação entre a International Football Academy de Portugal e a Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol. A instituição recruta jovens de todo o mundo que, mediante pagamento, têm na Académica uma porta de entrada para o futebol europeu, acabando por ter acesso à competição por via das equipas de formação e dos seniores B. Terminado o programa, a maioria dos jovens retorna ao seu país de origem, ao passo que a Briosa pode beneficiar da permanência dos mais talentosos. Pelo caminho fica o lucro gerado que tem sido investido na Academia Briosa XXI.
“A Académica tem «good bones» [bons ossos], mas falta-lhe a carne”
A jornada de Elvis Goes pela Académica até agora “foi fantástica, apesar dos altos e baixos”. Confessa que chegou ao clube com alguma ingenuidade e que só o tempo o fez aperceber-se dos graves problemas que o clube enfrenta: 20 anos degradaram a academia que tem muitos dos seus equipamentos (como a sauna ou o spa) sem estar em funcionamento. A necessidade de investimento é clara e, garante Elvis, já foi colocado muito dinheiro do seu próprio bolso: entre salários, comida ou camas, o empresário garante já ter ajudado a Académica em cerca de 30.000€. No entanto, o retorno terá ultrapassado os 100.000€, diretamente investidos na infraestrutura, que ainda pode render muito mais à Briosa.
Para o futuro, Elvis Goes tem uma visão. A ideia passa por modernizar e expandir a estrutura como um todo: renovar e multiplicar os campos de futebol, investir na iluminação, aumentar o parque habitacional… criar espaço para que mais atletas possam beneficiar da IFAPT (e, assim, gerar receita para o clube). “Imaginem 250.000€ a entrar todos os anos na Académica”, pede o investidor. E não só da IFAPT pode vir retorno para o clube, sublinha, porque também é possível que se abram serviços ao público, como fisioterapia ou o ginásio (Elvis equaciona até a construção de campos de padel que sejam mais uma fonte de receita). “Isto não é um elefante branco como alguns dos estádios municipais que existem em Portugal, onde se faz um pequeno restaurante aqui e um pequeno escritório ali”, defende. O projeto é suportado por um investimento de 1,5 milhões de euros e, embora a quantia deva entrar no clube ao longo de três anos, o projeto deve ser pensado a 12 anos. O empresário explica que este é só o primeiro passo de uma estratégia a três tempos: formação, gestão e venda dos jogadores.
“Não se pode só arranjar investidores que injetem dinheiro para constituir uma SAD, é um plano desenhado para falhar. É preciso uma estrutura forte”
De acordo com Elvis Goes, a Académica não vai perder controlo da academia (“até vai ganhar!”). A ideia não passar a fazer as coisas de uma maneira radicalmente diferente a partir de uma gestão autónoma, mas sim “fazer tudo igual, só que com muito mais qualidade”. Qualidade essa que passará para a equipa principal: embora não seja um investimento direto, o empresário acredita que beneficiando de melhores serviços na academia, os jogadores vão estar também mais comprometidos com o clube. “É um efeito mental […] Imagina que um jogador está no Benfica e tem uma infraestrutura de classe mundial: ele está completamente focado. Se estiveres na Académica sentes uma espécie de «tratamento de enteado»”.
O empresário indiano refere que, se não for na Académica, o investimento vai para outro sítio qualquer. Não obstante, Elvis sublinha que a Académica tem uma credibilidade maior associada ao nome que transporta e que, por isso, é um melhor parceiro. Sabendo que as eleições podem baralhar as contas do clube, Elvis Goes diz que não se quer envolver na política interna e que, caso a IFAPT seja envolvida, está ao lado de quem quer que seja que ganhe. A atual direção, explica o investidor, tem recebido bem as suas ideias e o objetivo é agora levar o projeto a Assembleia Geral.
Constituir SAD é “decisão dos sócios”
Elvis Goes explica que a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva não é um objetivo, mas também não descarta a possibilidade: se houve interesse em vender 49% da SAD, os investidores dispostos a colocar dinheiro na academia podem estar interessados. No entanto, é, no entender do empresário, uma discussão para ser tida entre os associados.
A entrevista completa conduzida por José Martinho pode ser ouvida na íntegra clicando no link acima ou através das plataformas habituais.
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