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16.01.2025POR Gonçalo Pina

Autárquicas. Como arranca o ano de eleições para os partidos?

PS conversa à esquerda e Juntos Somos Coimbra repete a fórmula. CDU volta a concorrer sozinha, Chega quer expandir-se e IL quer “cunho liberal” na cidade.

A corrida para as eleições autárquicas já começou. O ato eleitoral só acontece entre setembro e outubro, mas as conversas de bastidores arrancaram há muito e os partidos já se começam a pronunciar. Da continuidade às alternativas, a RUC analisa cada uma das forças políticas com expressão na cidade e no país.

Partido Socialista, Cidadãos por Coimbra, Bloco de Esquerda, Livre e Pessoas, Animais e Natureza estão a ponderar coligação

Dizem Ricardo Lino, presidente da concelhia do PS, e Jorge Gouveia Monteiro, coordenador do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que a ideia de uma frente de esquerda nasceu das comemorações dos 50 anos do 25 de abril. Os partidos (e movimento de cidadãos) juntaram-se para um almoço no Jardim da Sereia de que ficou de fora a CDU, a que Jorge Gouveia Monteiro aponta uma “auto-exclusão” do projeto. O Bloco de Esquerda não costuma participar nas eleições em Coimbra de forma direta e apoia normalmente o movimento Cidadãos por Coimbra, pelo que também tem sido envolvido na discussão. Tanto do lado do PS como do CpC, fica a ressalva de que ainda nada está confirmado, mas as negociações seguem um bom caminho.

Para liderar a possível coligação ainda não existe uma cara. Em dezembro, a deputada e ex-ministra Ana Abrunhosa disse, em entrevista à RUC, que tinha sido convidada para a assumir uma candidatura, mas revelou que ainda não tinha uma decisão tomada. Da parte da concelhia do PS, Abrunhosa é o plano A, mas, sublinha Ricardo Lino, há muitas outras pessoas competentes que podem fazer frente ao Juntos Somos Coimbra. Jorge Gouveia Monteiro admite que, no caso de se efetivar a coligação, é natural que, pela força que tem, o cabeça-de-lista seja do Partido Socialista.

Na noite desta quinta-feira realiza-se uma mesa redonda intitulada “Coimbra, de Conservadora a Progressista”, onde participam Ana Abrunhosa (PS), Jorge Gouveia Monteiro (CpC), Clara Cruz Santos (Livre), João Fontes da Costa (PAN) e Helena Freitas (independente).

Juntos Somos Coimbra quer continuar a governar

Em todas as intervenções que faz, José Manuel Silva tem sido claro: o projeto que lidera é para oito anos. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) já anunciou que se vai recandidatar e que a coligação Juntos Somos Coimbra (que, em 2021, juntou o movimentos Somos Coimbra, o PSD, o CDS, o PPM, o RIR, o Volt, o Aliança e o Nós, Cidadãos) deve voltar a figurar no boletim de voto. De acordo com o autarca, as conversas estão a acontecer “tranquilamente” e o foco continua na gestão do município.

José Manuel Silva deixa farpas ao Partido Socialista que, entende, por se estar a tentar juntar a outras forças políticas (algo que não costuma fazer), admite não ter capacidade de vencer as eleições sozinho. Isso, na opinião do autarca, é um elogio ao executivo atual, que tem feito um trabalho que os socialistas percebem ser do agrado dos munícipes.

Coligação Democrática Unitária volta a aparecer sozinha

Comunistas não se juntam à união de forças de esquerda que quer derrubar o atual executivo. Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, afirma que a coligação não se auto-excluiu do projeto ao0 não participar no almoço do 25 de abril, mas que estava ocupada na organização das habituais comemorações populares da data. No entanto, o comunista reforça que a coligação formada por PCP e PEV volta a apresentar-se apenas com responsáveis de ambos os partidos e com membros independentes: uma deliberação transversal às autarquias de todo o país e que foi decidida no Congresso Nacional do Partido Comunista Português.

Chega quer crescer

Atualmente, o Chega conta com apenas um deputado na Assembleia Municipal: é esse o peso do partido no município. No entanto, desde o último ato eleitoral, em 2021, o Chega cresceu a nível nacional e passou de um deputado na Assembleia da República para 50. Agora, também nas autárquicas, é uma força política que quer crescer e, de acordo com Paulo Seco, presidente da distrital, o objetivo é implementar ideias e desmistificar o partido. No panorama distrital, o dirigente diz que quer que haja candidaturas ao máximo de concelhos e juntas de freguesia possíveis e tem a ambição de quintuplicar os atuais cinco deputados espalhados pelos diferentes municípios. Paulo Seco admite a vontade de eleger também, pelo menos, dois ou três vereadores no distrito. Já existem nomes escolhidos para encabeçar a candidatura no concelho de Coimbra (quer seja na Assembleia Municipal, quer seja na Câmara), mas, por uma questão estratégica, só vão ser conhecidos algures no mês de março.

Iniciativa Liberal quer Coimbra “mais liberal”

IL nunca elegeu no concelho de Coimbra, mas a vontade é alterar a realidade. Apesar de Celso Monteiro, líder do Grupo de Coordenação Local, dizer que “ainda é cedo para pensar em autárquicas”, o dirigente explica que, em princípio, o partido deve assumir uma candidatura própria na corrida à CMC e quer imprimir um “cunho liberal” na cidade.

(Fotografia: Câmara Municipal de Coimbra)

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