Estudantes conselheiros de 1.º e 2.º ciclo reagem à audição pública de Amílcar Falcão
Os representantes dos estudantes de 1.º e 2.º ciclo no Conselho Geral da Universidade de Coimbra destacam a discussão sobre os espaços destinados às atividades das secções da casa, a ação social, a estrutura da equipa de revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior e a inovação tecnológica na Universidade, na audição pública ao recandidato.
A audição pública do candidato único ao cargo de reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, realizou-se no dia 30 de janeiro, no Auditório da Auditoria.
A Rádio Universidade de Coimbra (RUC) procurou as reações dos representantes dos estudantes do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (CGUC) e conversou com José Gama, Carlos Magalhães, Catarina Melo e Armando Remondes. Até à data de publicação da peça, a RUC não conseguiu entrar em contacto com Luís Silva, representante dos estudantes de 3.º ciclo, no CGUC.
Amílcar Falcão, enquanto membro do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), não condenou explicitamente a ausência de auscultação aos estudantes antes da emissão do despacho que elegeu a comissão de avaliação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RIJES). Perante a posição do reitor, José Gama defende que a comissão foi feita de uma forma “estranha” e que o reitor devia condenar a falta de auscultação aos estudantes no momento em que a comissão foi constituída.
Tendo em conta o estado atual de diversas salas dentro da Associação Académica de Coimbra (AAC), José Gama afirma que o trabalho a fazer, já debatido em período de campanha, continua a ter por objetivo a remodelação dos espaços para que as diferentes secções e pessoas consigam assim usufruir.
Carlos Magalhães reconhece que o atual avanço tecnológico vai ter um impacto nos percursos académicos dos estudantes, no ingresso no mercado de trabalho e também na própria investigação da Universidade. O entrevistado afirma que a plataforma da UC Exames desempenhará um papel fundamental, mas alerta que a transição não pode ser feita de forma abrupta, para ninguém sair prejudicado.
Em relação a perspetivas para o próximo mandato de Amílcar Falcão, Carlos Magalhães defende que o trabalho deve passar pelo reconhecimento do que correu mal no mandato anterior e do que pode ser melhorado. O entrevistado aponta que também se deve ter em conta o que correu bem e se constituiu como benéfico para a Universidade de Coimbra.
Dando uma visão para o seguinte mandato do reitor, Armando Remondes espera que o preço do prato social se mantenha e que o investimento na construção de novas residências e, em geral, na ação social, continue. O conselheiro recorda que, apesar das dificuldades que o recandidato encontrou durante o seu mandato, a criação da UC Business e do StudentHub foi bem sucedida.
Catarina Melo deu o seu parecer relativamente às declarações do reitor da UC sobre a estrutura da comissão de avaliação do RJIES. A estudante de Farmácia defende que tem que existir alguém que dê início e promova todo o processo de revisão do RJIES, numa discussão aberta e participativa. No entanto, a representante dos estudantes menciona o facto de não estar garantida a predisposição por parte da equipa de revisão do RIJES para auscultar a comunidade académica.
Armando Remondes realça a importância de uma intervenção no edifício sede da AAC e de mais condições para as secções culturais e desportivas, dando especial destaque para a necessidade de serem proporcionados mais pavilhões para as secções desportivas da AAC, para possibilitar a prática de outras modalidades e a realização de um número maior de treinos.
Em relação à desmaterialização da Universidade, nas palavras de Catarina Melo, é importante que sejam dadas salvaguardas por parte da instituição de que a nova era digital funciona de forma eficiente e segura para as necessidades da comunidade estudantil.
A eleição do Reitor da Universidade de Coimbra vai ser feita numa reunião plenária do Conselho Geral, agendada para o dia 6 de fevereiro, mandato que se vai estender até 2027.
Fotografia de Universidade de Coimbra