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Coimbra promove homenagem emocionada a Adriano Correia de Oliveira

Dia 1 de maio decorreu no Convento de São Francisco uma homenagem a Adriano Correia de Oliveira, um dos nomes maiores da Canção de Coimbra e da música de intervenção.

No Auditório do Convento São Francisco marcaram presença resistentes pela liberdade no tempo do Estado Novo, no palco e no público. Músicos e intérpretes da canção de Coimbra e de intervenção de várias gerações subiram ao palco, entre eles António Ataíde.

O cantor realça a importância de ensinar música de uma forma diferente nas escolas, fazendo a ponte de ligação entre o desconhecimento de quem é Adriano de Oliveira com a música que é ensinada nas escolas.

António Ataíde enaltece ainda o trabalho e a pessoa não só de Adriano de Oliveira, como a de Zeca Afonso, Luís Góis e de tantos outros que marcaram a música portuguesa de intervenção. O músico destaca a importância dos intérpretes e autores, referindo que não eram apenas cantores de Coimbra e que tinham também uma importância no panorama musical nacional.

Em conversa com o médico Rui Pato, que acompanhou José Afonso e Adriano Correia de Oliveira em muitos concertos, o músico destaca o envolvimento político ligado à canção de Coimbra entre gente à esquerda que se reunia bastas vezes em casa da família Portugal. Questionado sobre a discussão política, Rui Pato realça que havia uma partilha de gostos musicais entre um grupo a que pertencia, no local onde se reuniam personalidades da esquerda coimbrã.

João Afonso, intérprete e sobrinho de Zeca Afonso, que viveu em Moçambique até 1978, evidencia a diversidade cultural que a “voz mágica” de Adriano trouxe para a sua vida com a sua chegada a Portugal.

A homenagem contou com as atuações da Tuna Académica de Coimbra, de Rita Abrunhosa e Catarina Peixinho, Mário Mata, Entre Dois Rios, António Ataíde e Rui Pato, Rita Namorado Ferreira Mendes e Fernando Monteiro, Manuel Freire, Paulo Vaz de Carvalho e Manuel Rocha e por fim João Afonso.

Coube à Cooperativa Bonifrates e à Escola da Noite a poesia dita na homenagem. Foram lidos textos do próprio Adriano, de Manuel da Fonseca, Conde de Monsaraz, António Barona da Fonseca, António Ferreira Guedes, Reinaldo Ferreira e Manuel Alegre. Apresentaram o concerto a diretora artística d’ O Teatrão, Isabel Craveiro e o médico psiquiatra, antigo do GEFAC, João Curto.

No espetáculo os momentos de partilha trouxeram emoção à audiência e ao palco. Coimbra no seu melhor esteve ali e Adriano Correia de Oliveira fez ouvir a sua voz.

Pode ouvir entrevistas que a RUC fez a alguns dos artistas convidados no programa “Culturama”. O espetáculo vai passar em antena no programa “Há Vida(s) Nesta Cidade!”, a partir de 7 de maio.

Agradecemos ao Convento São Francisco e ao Centro Artístico e Desportivo Adriano Correia de Oliveira de Avintes a gentileza de terem proporcionado o acesso à gravação do espetáculo.

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