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Paulo Trincão: Celebração da Reforma Pombalina “vai apanhar o Museu da Ciência numa fase de mudança”

O diretor do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (MCUC) e do Exploratório Centro de Ciência Viva, Paulo Trincão, foi o convidado do programa Observatório de segunda-feira, dia 6 de dezembro.

Em 2022 celebram-se os 250 anos da Reforma Pombalina que marcou de forma profunda o Ensino Superior e por consequência a única Universidade portuguesa da altura, a Universidade de Coimbra (UC). A data vai apanhar o atual Museu da Ciência e de História Natural numa fase de mudança. Paulo Trincão referiu que muita da mudança “não é aparentemente visível”.

A criação de uma nova reserva qualificada no Colégio de Jesus, levou anos de trabalho de várias equipas, é para o diretor do Museu da Ciência um dos destaques de 2022. Os exemplares na posse do MC vão poder ser guardados em “melhores condições” e continuar o trabalho de conservação e limpeza através de dois laboratórios de conservação e restauro. O espólio vai dispor de alguns milhares de metros quadrados e assim ficar com outra visibilidade.

Outro “momento alto” da celebração passa pela abertura do “Gabinete de Curiosidades”, uma exposição temporária mas de período alargado. Tem como data prevista para começar a funcionar o início do mês de março do próximo ano. O gabinete vai mostrar a visão que se tinha antes de existirem museus de ciência, como se acumulavam aqueles “objetos extraordinários” e como se criava “todo um ambiente de interesse pelo conhecimento”, revelou o diretor do Museu da Ciência da UC.

“Estamos também a trabalhar com muita energia num novo Museu Académico”

Uma parceria a ser aprofundada com a Câmara Municipal de Coimbra e que poderá abrir durante o ano de 2022, é outra das iniciativas que vão marcar a vida do MC.

O aprofundamento do estudo das coleções vai continuar através de um protocolo com a Fundação da Ciência e Tecnologia que vai permitir estudos doutorais sobre as coleções do museu.

“As coleções de etnologia e etnografia são muito vastas e correspondem a trabalhos que se desenvolveram nos últimos 250 anos”

A Anozero’21-22 tem expostas na Sala da Cidade uma dezena de objetos que pertencem a esta coleção. Foram escolhidos pelo artista Carlos Bunga para fazerem parte da sua exposição “Descolonizar o pensamento” que abriu a bienal.

Para além destas coleções “contamos também com as Viagens Amazónicas”, lembrou Paulo Trincão. O espólio esteve no Colégio de São Bento mas “vai passar a ser um dos principais aspetos que as reservas vão poder contemplar”, a partir do momento que esteja acondicionado. O MC está a procurar uma linha museológica onde se possa expor esse espólio.

“Foi com satisfação que vimos contemplado na Candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura, o Museu da Ciência”

Razões que levaram Paulo Trincão a manifestar a vontade de, pelo menos em 2027, ter um núcleo museológico “bastante forte” de forma a dar uma contribuição decisiva para o sucesso do projeto”.

A conversa passou ainda pela multiplicidade de iniciativas do Exploratório Centro de Ciência Viva. As sessões de “Astronomia para bebés” estão cheias até final do ano. O filme com desenhos da Cristina Sampaio e voz da Maria João está já com uma carreira internacional. Clubes de Ciência Viva têm um sucesso tal que tem 35 pedidos de colaboração. Estão também abertos os concursos para as Escolas de Ciência Viva que vão permitir residências de ciência em ambiente de sala de aula. Paulo Trincão revelou que Coimbra vai ter a primeira Escola Ciência Viva do país para o pré-escolar, uma colaboração com a Câmara Municipal da cidade.

A conversa está disponível na íntegra no site da RUC, através do ‘podcast’ acessível no topo da página.

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