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Jorge Gouveia Monteiro: “Os reclusos têm famílias, (…) têm capacidade cultural”

A candidatura de Coimbra a Capital da Cultura e as listas dos partidos políticos para as Eleições Legislativas do mês de Janeiro foram os principais assuntos no comentário do coordenador do movimento Cidadãos por Coimbra, Jorge Gouveia Monteiro, no programa Observatório de terça-feira, 7 de Novembro.

No passado dia 1 de dezembro foi apresentado o livro da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027 que explica os cinco eixos de ação que o projeto pretende trabalhar. Embora veja importância em que “finalmente o grupo de trabalho (…) tenha vindo a terreiro com coisas muito concretas” e linhas de força relevantes, Jorge Gouveia Monteiro considera ser preocupante que esteja a acontecer um afunilamento da discussão em torno dos equipamentos e infraestruturas culturais inscritos na proposta, como o caso do Mondego Arena. Referiu ainda ter sentido na apresentação feita, a falta do “tempero” do povo, dos agricultores, dos operários e da gente de Coimbra “que não faz parte das elites culturais”.

“Os reclusos têm famílias, as famílias precisam de os visitar, os reclusos têm capacidade cultural”

Na proposta surge também a requalificação do lugar ocupado pelo Estabelecimento Prisional de Coimbra. Jorge Gouveia Monteiro não parte da ideia de que o estabelecimento prisional tem de ser deslocalizado e “ostracizado” recordando que os reclusos têm famílias e capacidade cultural. Concluiu assim que “Coimbra tem de assumir que a existência de um estabelecimento prisional é algo que interessa à sociedade” e que estas pessoas podem ser pensadas no enquadramento da própria candidatura.

No comentário de terça-feira foi ainda abordado o cancelamento da festa de Fim de Ano em Coimbra, comunicado pelo presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, com justificação na evolução atual dos casos de Covid-19. O coordenador do CpC optou por analisar a opção pelo prisma da cultura. Não dramatizou a opção da CMC, inclusive deixou nota que os cidadãos do movimento nunca foram favoráveis ao tipo de festejo promovido na cidade, considerando que grandes fogos-de-artifício e eventos efémeros acabam por “não representar nada na vida das pessoas em termos de enriquecimento pessoal”. Apesar da nota, criticou negativamente a opção de transferir os fundos reservados aos festejos de passagem de ano para os SMTUC e falou em “ironia do destino” quando recordou o antigo autarca da cidade Fernando Mendes Silva, que fez o simétrico e colocou dinheiro dos SMTUC em favor da compra do Convento de São Francisco.

No início da semana começaram a saber-se os nomes das listas dos partidos políticos para as Eleições Legislativas do mês de Janeiro. Manuel Pires da Rocha pela Coligação Democrática Unitária, José Manuel Pureza pelo Bloco de Esquerda (BE) e Mónica Quintela pelo Partido Social Democrata (PSD), já estão confirmados como cabeças de lista pelo Circulo de Coimbra. Jorge Gouveia Monteiro já assumiu o voto na lista do BE para conseguir que Coimbra não perca o deputado que elege à esquerda do Partido Socialista.

O comentário de Jorge Gouveia Monteiro, que passou ainda pela vitória de Rui Rio nas eleições internas do PSD, pela intervenção do antigo presidente da Republica de Timor-Leste, Xanana Gusmão, na conferência “Timor e g7+: desafios pós-pandemia” e pelo debate que o CpC vai realizar no sábado sobre a cidade e a floresta, está disponível na íntegra no site da RUC, através do podcast acessível no topo da página.

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