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Seis das coleções de Louzã Henriques vão ser acolhidas pela Câmara de Coimbra

Instrumentos musicais, máquinas de música, de escrever, de costura e fotográficas assim como telégrafos e telefones vão ter um espaço adequado para serem expostos ao público. Os herdeiros do colecionador, o médico psiquiatra Louzã Henriques, falecido em 2019, propuseram doar as coleções à cidade. Ontem, por unanimidade, o município decidiu aceitá-las.

Coimbra “fica honrada com o que é proposto”, haveria de dizer, ontem, o vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, durante a sessão do executivo camarário. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, no final da reunião, garantiu que se está a trabalhar para que as coleções fiquem instaladas em “sítio condigno”.

Médico psiquiatra, Manuel Louzã Henriques licenciou-se na Universidade de Coimbra, combateu o Estado Novo, foi preso político e amou de paixão a etnografia e a antropologia. Tem já um museu com o seu nome dedicado ao “Mundo Rural” na Lousã, concelho de onde era natural o seu pai e onde pontuam alfaias agrícolas e outros objetos que colecionou.

Agora as seis coleções doadas à CMC vão ser inventariadas para que sejam expostas ao público em espaço adequado. Os especialistas afirmam que o espólio doado à CMC faz parte de uma “coleção valiosa”, enfatizou Manuel Machado, à comunicação social.

A coleção de instrumentos musicais já esteve exposta no andar de cima do posto de turismo de Coimbra mas regressou a casa do médico antifascista. Agora Manuel Machado garante estar em condições de “proteger os bens” doados.

Manuel Louzã Henriques nasceu a seis de setembro de 1933 no Coentral, concelho de Castanheira de Pêra e faleceu em Coimbra a 29 de julho de 2019. Foi forte a sua ligação aos instrumentos e à música popular, o Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra dedicou-lhe as suas  XV Jornadas de Cultura Popular.

Na Academia de Coimbra para além de docente na Faculdade de Medicina, depois do 25 de Abril, o médico psiquiatra frequentou a República Palácio da Loucura. Foi também vice-presidente do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra tendo participado na Tuna Académica da Universidade de Coimbra.

Como membro do Partido Comunista Português participou em várias campanhas políticas. Apoiou as candidaturas à presidência da república de Arlindo Vicente, e depois de Humberto Delgado. Em Abril de 1962, ainda estudante da Faculdade de Medicina foi preso pela PIDE.

Fotografia: Isabel Simões | Exposição do colecionador no Museu Nacional de Machado de Castro

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