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13.08.2021POR Gonçalo Pina

Fernanda Cravidão: “Não há nada de surpreendente nos resultados dos Censos”

Os resultados provisórios dos Censos 2021 foram o tema central do espaço de comentário do Observatório desta sexta-feira, dia 13.

Este espaço de comentário do Observatório ficou a cargo de Fernanda Cravidão, professora catedrática na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) e especialista em geografia humana.

“Os resultados vêm consolidar problemas que há muito se apresentavam no país”

Para Fernanda Cravidão, os resultados provisórios dos Censos a que já é possível ter acesso traduzem aquilo que seria expectável. Segundo a professora, o agravamento de alguns problemas conhecidos (como o despovoamento, a diminuição da população, o envelhecimento demográfico ou a emigração que se acentuou após a crise económica da última década) deve resultar no mapa que agora os Censos dão a conhecer.

“A Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra é quase um Portugal em miniatura”

Na região de Coimbra, destacou-se a perda de população no interior do distrito, em concelhos como Soure, Góis ou Penacova. A comentadora assinalou que o abandono das zonas mais “rurais” é uma questão que abrange todo o país, mas tem dúvidas que Coimbra seja, enquanto centro urbano, um polo atrativo em termos laborais. Fernanda Cravidão lembrou que Coimbra, ao contrário de outras cidades (como é o caso de Aveiro), tem um tecido empresarial muito específico.

A docente considerou que a questão das acessibilidades, que, com o desmantelamento do Ramal da Lousã e com o avançar do projeto do MetroBus, esteve muito associada à cidade de Coimbra na última década, também influenciou os resultados que agora conhecemos. Para a professora, este é um processo que tem “demorado muito tempo” e que é cada vez mais “urgente”.

“Grande parte da cidade de Coimbra foi refuncionalizada em função do turismo”

Fernanda Cravidão criticou a dependência que a cidade tem tido ao longo dos últimos anos no setor do turismo, algo que resultou numa quebra durante o período pandémico. Para a comentadora, “uma das coisas que se aprendeu com esta crise sanitária é que não se deve ser overdependent do turismo”.

A professora acrescentou ainda que o período de recuperação económica que se avizinha deve servir para que se pense a cidade de uma forma mais sustentável, destacando a aposta na cultura, setor que é “intrínseco à cidade”.

Para ouvir a entrevista completa basta consultar o link acima ou aceder no Spotify.

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