Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos liderou acção pela autonomia do Hospital dos Covões
A Praça da república foi palco, esta tarde, de mais uma ação pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, tendo a reivindicação pela autonomia do Hospital dos Covões servido de alavanca. A manifestação esteve a cargo do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) e reuniu profissionais dos serviços médicos de Coimbra e utentes.
O assunto já não é novo mas continua a aguardar respostas concretas com transparência e oportunidade de diálogo com os poderes decisores responsáveis pela distribuição de serviços médicos hospitalares no concelho de Coimbra. Têm sido vários os movimentos organizados nos últimos anos que se manifestam contra a transferência e eliminação de unidades e serviços médicos no Hospital dos Covões. Estes movimentos, que integram desde pessoal médico a utentes, enquanto cidadãos, defendem que a autonomia de gestão seja devolvida àquele pólo.
Sandra Simões é assistente hospitalar de medicina interna no Hospital Geral mas tem sido também cara e voz activa nas acções que se têm realizado nos últimos anos. Em entrevista à RUC, a médica assinala as principais alterações à estrutura de serviços daquele hospital desde 2011, data da integração dos Covões no Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra.
Sandra Simões aproveitou para sublinhar as principais consequências que se têm verificado na prestação dos cuidados de saúde hospitalar com o “desmantelamento” de vários serviços naquele pólo e, mais recentemente com o condicionamento do horário do serviço de urgências e o encerramento da Unidade de Cuidados Intensivos.
De acordo com a profissional de saúde, uma eventual proposta de resolução para esta situação poderia passar por seguir um modelo já praticado noutros concelhos do país.
Em 2020, Marta Temido declarou que não existia à data qualquer plano ou estratégia divulgada para coordenar a distribuição dos serviços dos CHUC. A este respeito, Paulo Anacleto, representante do Sindicato de Enfermeiros Portugueses acusa que o plano é o encerramento gradual.
Apesar de acções, reivindicações, pronunciações de partidos políticos e petições, continua a não haver respostas nem acesso a dados oficiais. E é isso que se pede, a agregar à reivindicação, abertura ao diálogo e transparência na transmissão dos motivos que conduzem a tomadas de decisão que afectam a vida da população e, ao que tudo indica, continuam a não ter justificação plausível na dinâmica da cidade.