AUTOR: Isabel Simões

DATA: 16.03.2022

DURAÇÃO: ...

Paulo Pena veio a Coimbra participar numa “reflexão sobre o jornalismo crítico”. O convite partiu do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra. O encontro teve lugar no dia 25 de fevereiro, no Museu Nacional de Machado de Castro, depois das cinco da tarde.

A rubrica “Livros para Que Vos Quero” por momentos mudou de nome e chamou-se “Palavras Para Que Vos Quero”. A pequeníssima conversa que tivemos com Paulo Pena, jornalista fundador do consórcio internacional Investigate Europe justificou a alteração.

Durante a conferência Paulo Pena falou da necessidade do jornalismo cooperativo com tempo para investigar, uma ideia que considerou “de futuro”. O conferencista  deixou aos jovens que querem ser jornalistas uma “boa notícia” – com o digital, apesar de todas as dificuldades que têm assolado a profissão, “é muito mais fácil criar um meio de comunicação social”.

“Cooperação” foi a palavra-chave destacada por Paulo Pena como forma de melhorar a qualidade do trabalho jornalístico e “ir muito mais longe”.

Alguns órgãos de comunicação social, entre eles alguns operadores de televisão, têm formas agressivas de abordar as temáticas da segurança. Perguntámos ao jornalista o que pensa dessa forma de abordagem.

Para Paulo Pena a “segurança não está em nenhum ‘ranking’ conhecido das preocupações dos portugueses”. Os portugueses preocupam-se sim “com o desemprego, a qualidade do Serviço Nacional de Saúde ou a educação dos filhos”. Deixou a recomendação ao público em geral para que não “se deixe viciar no tipo de informação” em que o público assume o papel de simples “voyeur”.

Em algumas redações da atualidade existe um ecrã onde qualquer notícia publicada ‘online’ poder ser escrutinada em tempo real. À margem da conferência do CEIS20 perguntámos ao colaborador da Investigate Europe como pode um jovem jornalista conviver com esta realidade. Não deixar esmorecer “o sonho de ser jornalista” e encontrar uma área que goste de noticiar bem e invocar que “os critérios editoriais não estão no ecrã”, foram recomendações deixadas pelo jornalista.

De acordo com a nota de imprensa do CEIS20, Paulo Pena escreveu três obras de não-ficção. O primeiro livro “Grandes Planos – Oposição estudantil à ditadura – 1956-1974” foi escrito em conjunto com Jorge Costa e Gabriela Lourenço. “Jogos de Poder”, a segunda obra do autor abordou a questão da crise financeira. Por último, a obra mais recente “Fábrica de mentiras” analisou a desinformação que graça em especial nas redes sociais.

Os três livros são a nossa recomendação de leitura para os tempos que vivemos. Fique também a saber que o CEIS20 vai trazer a Coimbra uma vez por mês nomes de referência em várias áreas do saber.

Fotografia: @Cláudia Morais | CEIS20