AUTOR: Isabel Simões

DATA: 30.03.2022

DURAÇÃO: ...

“A Liderança não tem sexo”, continua a haver “resistência à mudança ” e “existem poucas mulheres em lugares de liderança”, foram os principais destaques mencionados à RUC, pela investigadora Catarina Ribeiro, coautora da obra “Liderança no Feminino e Masculino: Perspetivas Diferenciadas sobre o Impacto na Gestão da Mudança nas Organizações”.

O livro da autoria de Catarina Ribeiro, Wander de Carvalho e Alexandre Silva foi apresentado no dia 23 de março, no Auditório Marques de Almeida (ISCAC).

Pedro Costa, presidente da Coimbra Business Schoo|Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), lembrou que as mulheres tiveram acesso à ciência e à cultura há menos de 150 anos, e não de forma igual em todos os países. Em Portugal, de forma plena, só mesmo “depois de 25 de Abril de 1974”, disse. Em comparação, no caso dos homens, existe uma cultura de sete mil anos de exercício de lugares de poder, adiantou Pedro Costa.

De certa forma, a investigação levada a cabo pelos três autores demonstra essa recente chegada das mulheres à liderança, como nos contou Catarina Ribeiro.

Já Pedo Ramos, diretor executivo da  empresa Keeptalent Portugal, considerou que “a liderança não tem sexo” e que o que está em causa é “a desigualdade de oportunidades” entre homens e mulheres. Isso mesmo confirma Catarina Ribeiro ao enumerar as surpresas que a investigação lhe trouxe.

Manuel Porto, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, assinalou que a primeira mulher doutorada na FDUC foi sua aluna. Lembrou também três nomes recentes de liderança no feminino: Angela Merkel, chanceler da Alemanha, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e Christine Lagarde, na presidência do Banco Central Europeu.

Catarina Ribeiro, deixou a possibilidade de as questões de género poderem vir a dar lugar, no futuro, a novas investigações. De acordo com os autores a receita obtida com a venda da obra reverte para a Casa dos Pobres de Coimbra.

Em abono da verdade, e em nome do ambiente de amizade que se viveu no ISCAC, não podemos deixar de acrescentar que na apresentação da obra esteve presente, em dia de casa cheia, a música de Luís Travassos e o gosto pela dança africana demonstrado ao auditório pelo professor e coautor do livro, Wander de Carvalho.

Fotografia: ISCAC