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UM PROGRAMA DE:
Isabel SimõesA obra poética de Manuel Alegre está agora publicada em braille, uma edição da Biblioteca Municipal de Coimbra que está a celebrar cem anos de vida. Na última quarta-feira, dia 4 de janeiro, Dia Mundial do Braille, foram muitos os que quiseram assistir ao lançamento em Braille da obra poética de Manuel Alegre.
Presente na apresentação, Manuel Alegre expressou a emoção de a partir de agora ter novos leitores. Como disse Francisco Queirós, vereador responsável pelas Bibliotecas e Arquivo da Câmara Municipal de Coimbra, a “magia das palavras do poeta” vai ficar disponível para quem tem dificuldades visuais. Desta forma “também se cumpre o sonho” daqueles que quiseram que se criasse uma biblioteca municipal, reforçou Francisco Queirós à Comunicação Social no final da cerimónia.
Desde 1986 que a Biblioteca Municipal de Coimbra tem um núcleo de leitura com vários materiais dedicados aos invisuais e a pessoas com baixa visão, serviço então coordenado por José Adelino Guerra, como lembrou José Fernando Rodrigues professor na Escola Básica Poeta Manuel da Silva Gaio. Coube ao conferencista explicar como Seis pontos na vertical, três em cada linha fazem acontecer a magia do Braille.
A obra poética publicada de Manuel Alegre em Braille tem edição da própria Biblioteca Municipal de Coimbra. Como afirmou Francisco Queirós dificilmente uma editora comercial a publicaria neste formato.
Para Luís Barata do serviço de Apoio ao Estudante com Deficiência dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra, o Braille é “a única forma de tocar o papel” e de “tornar tangível tudo o que é visível”.
“A poesia é para ser partilhada e como dizia Teixeira de Pascoais até pode ser dançada”, mencionou Manuel Alegre. O escritor deixou uma mensagem aos novos poetas.
A vereadora da ação social da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Cortez Vaz, enalteceu o dia 4 de janeiro de 2023 como “um dia feliz”, por ser um passo no caminho da inclusão.