AUTOR: Isabel Simões

DATA: 14.12.2024

DURAÇÃO: ...

No dia 12 de janeiro a Agência Lusa informava que um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra tinha convocado uma manifestação para sexta-feira, dia 12, às 11h00, na Porta Férrea da Universidade de Coimbra. Os investigadores iriam protestar contra a precariedade da profissão.

A Lusa adiantava que “segundo este mesmo grupo, há um total de 270 investigadores em situação laboral precária, dos quais 70 deverão ficar no desemprego entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025”.

A reportagem RUC esteve lá na pessoa do editor, Gonçalo Pina. Hoje trazemos-lhe o encontro do Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, com o grupo de cerca de 100 investigadores que protestavam em frente à Porta Férrea.

No esclarecimento que a reitoria deu à Agência Lusa, a reitoria confirmou que “há 270 investigadores com contratos de trabalho a termo, celebrados ao abrigo do DL57/2016 [norma transitória para contratação de doutorados], com custos salariais suportados por financiamentos externos, angariados especificamente para o desenvolvimento de projetos de investigação”.

Ontem, à frente da Porta Férrea os investigadores erguiam cartazes onde se podia ler “25% dos Investigadores precários da UC asseguram: estágios 387, doutoramentos 145 e Mestrados 366 ” ou “aqui soube que era bolseira para a vida toda” ou ainda “17 anos de precariedade na UC! E agora! Desemprego”.

Os investigadores não desmobilizaram. Entretanto, o reitor chegou e esteve à conversa com eles em frente à Porta Férrea.

Ontem, sexta-feira, a FCT, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, anunciava em comunicado enviado às redações que “a FCT financia 1.778 novos lugares para doutorados entre outubro de 2024” e que “no final de 2025 mais de dois terços dos novos lugares serão permanentes”. A FCT “prevê alcançar um total de 2.129 novos lugares no sistema de investigação entre julho de 2024 e dezembro de 2025”.

O comunicado dizia ainda que “a proposta de revisão do Estatuto da Carreira de Investigação Científica (ECIC), atualmente na Assembleia da República, prevê também a criação de uma carreira de investigação aplicável a diversos setores públicos, como museus e hospitais”.

Nota: os números indicados pela FCT referem-se ao país inteiro.