Jorge Conde: “As instituições têm que fazer um ensino centrado no futuro”
O comentário do Observatório desta quinta feira, 13 de Maio, contou com a presença de Jorge Conde, Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra.
O recandidato à presidência do Instituto Politécnico de Coimbra falou com a RUC sobre as prioridades para um novo mandato. Acção social, PRR, internacionalização, adaptação a um novo contexto tecnológico e diferenciação do IPC foram os principais temas abordados.
No âmbito da nova candidatura, Jorge Conde começou por esclarecer as metas que ficaram por cumprir face ao anterior mandato. A respeito, menciona a solidificação do que entende como a “marca Politécnico” já criada e continuar o trabalho de recuperação do imenso património do ensino politécnico da cidade. Tem ainda intenção de aproveitar os apoios do novo Plano de Recuperação e Resiliência no reforço da acção social, no apoio às escolas, na melhoria do ensino e na diminuição do insucesso escolar. Em suma, o candidato refere que se pode conduzir mais longe o projecto iniciado há quatro anos atrás.
“O problema é do país que é um país pobre”
Uma das propostas defendida por Conde é a alteração da nomenclatura de Instituto para Universidade Politécnica de Coimbra. No entender do presidente, é um problema sociológico que advém de uma hierarquização de palavras dominada pela própria palavra Universidade.
No que concerne aos apoios de acção social do IPC, Jorge Conde declara que o papel das instituições do politécnico não é preocupante pois está a ser devidamente cumprido e, neste sentido, aproveita para criticar o próprio contexto do país. Do ponto de vista do apoio social prestado aos estudantes, salienta que o IPC está preparado para o aumento de pedidos de bolsa expectáveis para os anos vindouros.
“Passámos a ser uma instituição procurada.”
Quanto à internacionalização, Jorge Conde menciona três pontos fundamentais que têm vindo a ser trabalhados: a mobilidade, criação e fortalecimento de parcerias e vários protocolos e ainda a captação de estudantes internacionais.
Entre os cursos mais procurados refere os cursos de Educação e Engenharia, sendo os da área da saúde e da Escola Agrários os que têm menos procura.
“Há um conjunto de profissões para as quais estamos a formar que vão desaparecer e há um conjunto de profissões para as quais ainda não estamos a formar que vão aparecer”
O antigo professor aponta para as exigências do futuro sobre a necessidade de adaptação a um novo contexto tecnológico com a valorização das componentes práticas e digitais a distinguirem o ensino. A este respeito salienta que o ensino deve ser atractivo para os estudantes bem com deve ser evitada a sua permanência nas instituições além do expectável.
Para rematar, o presidente destaca que os professores não podem ser esquecidos num contexto de reciclagem de conhecimento e aumento de competências, sendo necessário “reorganizar” a sua zona de conforto.