Documentário sobre Salatinas procura apoios
Tiago Cerveira, Rafael Vieira e Filipa Queiroz querem divulgar histórias das gentes que habitavam a Alta de Coimbra e foram despejadas para que Polo I da UC fosse construído, no tempo do Estado Novo.
“Foi toda uma cidade que desapareceu” para que a Cidade Universitária fosse construída, contou Tiago Cerveira à RUC. O projeto conta com apoio de dez mil euros da Câmara Municipal de Coimbra. Para melhorar a produção e a distribuição do filme está a decorrer uma campanha de ‘crowdfunding’ até 17 de fevereiro.
A equipa está a trabalhar há cerca de um ano e meio no projeto e conta estreá-lo no verão de 2025. Gostava também de projetar o documentário, pela primeira vez, onde tudo aconteceu ou seja “em plena Rua Larga”, revelou Tiago Cerveira.
Para ser construída a Cidade Universitária, ruas da Alta de Coimbra foram completamente destruídas e as pessoas foram obrigadas a mudarem-se para bairros que então eram periféricos como Bairro de Celas, Bairro da Fonte do Castanheiro, Arregaça e o atual Bairro Norton de Matos.
Considerando a história dos Salatinas muito desconhecida na cidade, na região e até no país, os realizadores querem divulgá-la. Para conseguirem vão criar um conteúdo em que “as pessoas tropecem” e têm já um plano de divulgação.
Os Salatinas vivos estão com idade avançada, na casa dos 90 anos. Para que não se percam as suas histórias, o levantamento das suas vivências está feito.
Fotografias e até um filme da época chegou às mãos da equipa. Os realizadores estão agora em trabalhos de montagem. O músico Gonçalo Parreirão vai musicar o filme.
Segundo o sítio da ‘internet’ da Câmara Municipal de Coimbra “Estima-se que a partir dos anos 40 do Séc. XX, cerca de 3.000 mil Salatinas tenham sido deslocados da Alta”.
Fotografia: gentileza dos realizadores do documentário