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18.08.2023POR Isabel Simões

Câmara de Coimbra inicia requalificação do Bairro da Fonte do Castanheiro

Para já a Câmara de Coimbra adjudicou a empreitada de requalificação de 33 fogos, em três fases ao longo de 630 dias, e orçamentou um pouco mais de cinco milhões de euros. Fica para depois a requalificação de mais 21 fogos.

Cerca de setenta e cinco anos depois de começar a acolher Salatinas vindos da velha Alta por força da construção da Cidade Universitária, o velho bairro vai começar a ser intervencionado.

Fernando Coelho, hoje presidente da Associação de Moradores do Bairro da Fonte do Castanheiro nasceu já na casa dos pais no bairro. Vindos da Alta da cidade “não houve tempo para mais”. Hoje, são os descendentes das famílias que viviam na Alta de Coimbra que vivem na maioria das casas que vão ser demolidas. Após a obra vão manter largura e traça mas com mais um piso nas vivendas antes térreas, oferecendo outra qualidade de vida e conforto aos que se mantêm a viver no Bairro da Fonte do Castanheiro.

O representante da empresa a quem foi adjudicada a obra – M. KAIROS – Engenharia e Construção, Lda –  prometeu começar a preparar o estaleiro na próxima semana e iniciar a intervenção nas primeiras 11 casas em setembro. Tem um prazo de 210 dias para concluir esta fase. Seguem-se mais duas com o mesmo número de casas e igual período de tempo.

A intervenção há muito esperada foi adjudicada na última quarta-feira, dia 16, pela Câmara Municipal de Coimbra. “Um dia muito feliz para o Bairro da Fonte do Castanheiro”, nas palavras da vereadora do município que tutela a habitação social, Ana Cortez Vaz.

O processo “enguiçado” que a Câmara de Coimbra iniciou em abril de 2021, quando foi aprovada a  reabilitação de habitações no Bairro da Fonte do Castanheiro”, começa agora a ver a luz do dia, depois de dois concursos públicos e uma confirmação da decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra pelo Tribunal Central Administrativo Norte.

O chefe de Divisão de Edifícios Habitacionais, José Neto, explicou à comunicação social que a luta da associação de moradores levou a acrescentar um piso às moradias térreas que hoje existem.

Em nota de imprensa o Município informa que o Projeto de Arquitetura é da Divisão de Projetos de Edifícios e Equipamentos Municipais e o Projeto de Especialidades divide-se entre a Divisão de Edifícios Habitacionais e a empresa PROJEDOMUS. A coordenação da segurança da obra
é efetuada pelo Departamento de Edifícios e Equipamentos Municipais.

Ana Cortez Vaz comprometeu-se na cerimónia de adjudicação a preservar a memória dos Salatinas anunciando a realização de um levantamento sociológico e fotográfico do Bairro da Fonte do Castanheiro. 

As novas habitações vão ser dotadas do necessário para “permitir a utilização e o consumo eficiente de energia, com especial relevo para a utilização de energia solar passiva”. O financiamento vem do programa 1º Direito do PRR, o Plano de Recuperação e Resiliência. 

O presidente da Associação de Moradores lembra que já são poucos os velhos Salatinas que moram no bairro. 

De acordo com estudo realizado pela professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Paula Santana, publicado nos Cadernos de Geografia em 1998,  o velho Bairro da Fonte do Castanheiro, junto à Arregaça, na Freguesia de Santo António dos Olivais, começou a acolher as primeiras 50 famílias em 1948. No início as famílias pagavam entre 100 e 120 escudos de renda.

Não vai ficar por aqui a intervenção na habitação social da Câmara Municipal de Coimbra (CMC). Estão em curso novos projetos, segundo Ana Cortez Vaz, o próximo deve acontecer na Quinta das Bicas em Taveiro. Face ao número de fogos (268) e ao volume de investimento (45 milhões de euros), a construção vai processar-se de forma “modular”.

Fotografias: CMC

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