Hospital Universitário de Coimbra pode perder importância?
Presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra prefere dizer que os Hospitais Universitários e Escolas Médicas têm de se “transformar”. Já o reitor da UC considera a questão como nacional e que a mesma se prende com a “estratégia global do SNS e as suas valências”.
À margem da entrega dos prémios do “Concurso de Projetos de Inovação UC by Unidade Local de Saúde de Coimbra”, a RUC tentou clarificar a questão colocada pelo reitor da Universidade de Coimbra (UC) no dia da Faculdade de Medicina da UC e que o Diário de Coimbra noticiou com o título “Coimbra corre o risco de perder Hospital Universitário”.
Reitor da UC, Amílcar Falcão, clarifica que a preocupação tem a ver com “a estratégia global, macro, daquilo que é o SNS e as suas valências”. Para o reitor da UC o problema é nacional, não é um problema local. Caso “não haja inversão da política, o país todo sofrerá”, disse.
Na reunião do executivo da Câmara Municipal, na segunda-feira passada, o vereador do PS, Hernâni Caniço, considerou a notícia do “fim do Hospital Universitário” como “absurda”, invocando fontes que não identificou.
O vereador adiantou que haverá um conselho estratégico que vai integrar a Câmara Municipal de Coimbra. Esta manhã no programa “Primeira Sintonia” da RUC, Hernâni Caniço voltou a reafirmar o “absurdo” da questão dando indicação do que estará previsto, segundo as suas fontes.
Ainda assim, Amílcar Falcão mantém apreensão de “que o Hospital Universitário em Coimbra não acompanhe Porto e Lisboa” e a Região Centro fique “completamente desprotegida”.
Universidade da Beira Interior e Aveiro também têm Escolas Médicas e têm naturalmente Hospitais Universitários, no entanto, não têm um Hospital Central com as valências do de Coimbra, esclarece o reitor dando um exemplo do mundo automóvel.
Presente na entrega de prémios, presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra, Alexandre Lourenço falou com a RUC no final e insistiu na necessidade de a unidade olhar para si própria e ver como pode melhorar “para garantir o futuro”.
Segundo Alexandre Lourenço, no início do próximo ano, a ULS Coimbra vai “bater o recorde de médicos internos” com a admissão de 255 novos médicos.
Lembramos que em setembro, a ministra da Saúde criou uma Comissão Técnica Independente (CTI) para estudar as unidades locais de saúde, de cariz universitário, presidida pelo ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. A CTI vai estudar as ULS de cariz universitário e “a sua relação com o ensino médico, a formação e a investigação”. Dos 17 elementos da sua composição, da UC apenas faz parte o professor Joaquim Murta.
Até 31 de dezembro a comissão técnica independente deve entregar um relatório.
Fotografia: ULS Coimbra