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26.06.2021POR Samantha Almeida

Plano estratégico do CHUC elaborado com o apoio da FEUC e em fase final

Em entrevista à RUC, o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Carlos Santos, e o director clínico e membro do Conselho de Administração, Nuno Deveza, revelaram alguns detalhes sobre o novo plano estratégico para as várias unidades de saúde e que contou com o apoio da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) tem uma visão de gestão para todas as unidades hospitalares integradas neste grupo, não se poupando a evidenciar uma postura activa e de complementaridade, numa tentativa de contrariar muito do que foi apontado à anterior gestão administrativa, e da qual se subentende uma resposta às principais críticas que têm sido feitas na última década. Carlos Santos, que assumiu a presidência do Conselho de Administração em Junho de 2020, revelou que as iniciativas estratégicas foram já validadas e o sumário executivo para apresentação pública do plano estratégico está a ser preparado.

Contrariando as críticas apontadas por profissionais e movimentos cívicos sobre a transferência de serviços com consequente perda de qualidade e diminuição de condições para os utentes e profissionais, o presidente do Conselho Administrativo sublinha que unidades de referência nacional estão sediadas no Hospital Geral dos Covões. A título de exemplo, refere a cirurgia de ambulatório, a especialidade de implantes cocleares, o Centro de medicina do sono, consultas de ortopedia, cirurgia de menor complexidade e a especialidade de medicina interna.

Quando questionado sobre eventuais consequências das decisões da anterior administração que possam ter contribuído para transferências de serviços e diminuição na qualidade de prestação de cuidados hospitalares, sem qualquer estudo ou plano estratégico de avaliação de necessidades, Carlos Santos abstém-se de tecer comentários, considerando que não se pronuncia sobre as responsabilidades dos Conselhos de Administração que antecederam ao actual.

 

Hospital Geral segue modelo de ambulatório

O presidente salientou que, sob a sua gestão, isto é, desde Junho de 2020, a vertente de ambulatório nas várias especialidades no Hospital Geral dos Covões tem vindo a ser reforçada e agregada a uma “aposta na criação e diferenciação de áreas de excelência, quer cirúrgicas, quer médicas.”

A nova visão promovida pelo conselho administrativo do CHUC não exclui, do ponto de vista ideológico, a participação e a integração de todos os profissionais, instituições e utentes que possam contribuir para os processos de tomada de decisão administrativa, conforme defende Carlos Santos.

O Conselho de Administração afirma uma forte aposta num modelo multidisciplinar e actual, em consonância com aqueles que têm vindo já a ser praticados noutros países e também em Portugal. Desta forma, o presidente admitiu que não vê qualquer sentido em pensar um sistema de autonomia de gestão para o Hospital dos Covões, tal como tem vindo a ser reivindicado por profissionais, utentes e movimentos organizados.

O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra foi criado em 2011 como resultado de uma fusão entre os Hospitais da Universidade de Coimbra (com a Maternidade Daniel de Matos agregada), o Centro Hospitalar de Coimbra (que englobava o Hospital Geral Central dos Covões, o Hospital Pediátrico de Coimbra e a Maternidade Bissaya-Barreto) e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra. A concentração orgânica de unidades hospitalares tornou-se oficial em 2011 por decisão do Ministério da Saúde e, desde então, tem produzido várias e significativas alterações, como transferências de especialidade e redução das capacidades de prestação de serviços e cuidados no Hospital Geral – o actual Conselho de Administração reitera que o funcionamento daquele hospital segue agora o modelo de ambulatório.

Mais recentemente, o encerramento do serviço de urgência nocturno e da Unidade de Cuidados Intensivos, ambos no Hospital Geral, têm suscitado o ressurgimento de vozes que questionam os motivos, bem como as consequências destas alterações para a qualidade da prestação de cuidados de saúde na região de Coimbra.

Fotografia: Diário de Coimbra

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