Depois da SDUQ, AAC/OAF apresenta pedido de insolvência com plano de recuperação
Direção do clube afirma que reestruturação financeira é resposta a impossibilidade de “solver no imediato as obrigações vencidas e vincendas” relativas a processos que “se arrastavam há vários anos”. AG deve acontecer dentro das próximas duas semanas.
A Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) anunciou na tarde desta sexta-feira, dia 2, via comunicado, que vai dar entrada de um pedido de insolvência com plano de recuperação (processo semelhante àquele que envolve a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ)). De acordo com o documento divulgado nas redes sociais do clube, a direção afirma que a decisão “visa garantir o normal funcionamento da instituição e é tomada em virtude dos vários processos judiciais existentes e penhoras ativas, no valor de várias centenas de milhares de euros, referentes a processos que se arrastavam há vários anos”. Nesse sentido, não sendo capaz de “solver de imediato todas as obrigações vencidas e vincendas decorrentes desses processos”, a AAC/OAF pretende agora seguir o caminho da reestruturação financeira, de forma a poder “garantir a continuação da vida normal da instituição.”
Insolvência do Organismo Autónomo não influencia vida desportiva
Contactada pela Rádio Universidade de Coimbra (RUC), fonte oficial da direção academista prestou alguns esclarecimentos acerca do anúncio. Conforme explica, do montante penhorado faz parte a verba transferida para a AAC/OAF pela promotora Everything is New – no entanto, a direção aponta que, com o abrir do processo, o valor vai ser recuperado. Apesar de voltar a ser a equipa liderada por Luís Filipe Pirré a ficar encarregue deste dossier, OAF e SDUQ são entidades diferentes, pelo que os processos de insolvência não se cruzam. A mesma fonte revela que, numa altura em que a Académica vai preparando a nova temporada (na qual vai poder contar com o ex-jogador David Caiado a assumir a posição de diretor desportivo), estas novidades não mexem com a preparação da vertente desportiva de 2023/2024.
Com a procura de investidores a permanecer como prioridade do clube, a direção considera que caso não vem abalar a busca, tanto que um dos objetivos do processo passa por mostrar aos possíveis parceiros que têm na Académica “um clube credível que paga a horas”. O porta-voz da instituição acrescenta ainda que, ao longo das próximas semanas, vão ser anunciados novos patrocínios de empresas da região.
AAC/OAF garante Assembleia Geral dentro das próximas duas semanas
Depois de a decisão ter sido avançada sem consulta prévia dos associados, o representante da AAC/OAF afirma que “foi solicitada uma Assembleia Geral (AG) de associados a ser marcada tão brevemente quanto possível para que todos os sócios possam colocar as questões que entendam pertinentes” e dá o prazo de duas semanas para que o encontro se realize.
A RUC falou ainda com João Caseiro, presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), para perceber a postura da “casa-mãe” relativamente à situação do organismo com quem partilha nome e símbolo. De acordo com o dirigente, a DG/AAC “estará sempre disponível na procura de auxiliar o Organismo Autónomo de Futebol.”
FOTO: AAC/OAF