Câmara de Coimbra quer tirar iParque da “estagnação”

A meio da mesma semana o Conselho de Administração do iParque reuniu com o presidente da Câmara Municipal e os vereadores Miguel Fonseca e Ana Bastos.

Para o programa Coimbra – D da última sexta-feira a RUC convidou o presidente do Conselho de Administração do iParque, Ricardo Lopes e Miguel Fonseca, vereador da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) responsável, entre outras matérias, pela Economia, Empreendedorismo, Investimento e Emprego. A conversa  focou-se no papel do iParque no desenvolvimento industrial da cidade.

“Há uma preocupação em garantir a sustentabilidade do IParque”

Ricardo Lopes garantiu estar a tentar arranjar soluções para o parque industrial sem no entanto revelar os cenários que apresentou ao maior acionista. De acordo com o presidente do Conselho de Administração do iParque há a intenção de a empresa municipal ter um papel mais importante na captação de investimento para a cidade de Coimbra.

Tanto Miguel Fonseca como Ricardo Lopes consideram que a cidade desconhece o iParque e o seu potencial ainda assim a maioria das empresas que se estabeleceram no parque industrial têm origem na cidade e na região. A única empresa que veio de fora acabou por fechar, lembrou Ricardo Lopes

Aumentar a atratividade das empresas de fora a estabelecerem-se em Coimbra passa também por uma estratégia de marketing que dê a conhecer o “talento” que a cidade produz e que muitas vezes procura outras cidades com mais oportunidades de emprego, na opinião do vereador da CMC, Miguel Fonseca.

“Em relação a toda a realidade económica e empresarial da cidade é necessário um grande plano de marketing”

Quanto ao iParque, o responsável que tutela a política municipal de emprego mostra-se determinado em retirar a empresa municipal iParque de “alguma estagnação” dos últimos anos.

Coimbra tem mais dois parques industriais, Eiras e Taveiro, que têm disponíveis para aquisição dois lotes cada um. Quanto ao iParque, embora se destine às áreas de tecnologia e saúde, Ricardo Lopes não rejeita à partida nenhuma empresa que se queira instalar e cumpra os requisitos.

Ambos os responsáveis afirmaram estar determinados em juntar esforços no sentido de Coimbra retomar algum desenvolvimento industrial que foi perdendo à medida que as indústrias de baixo salário foram saindo ou mesmo falindo.

“Coimbra não tem sido nos últimos anos uma cidade industrial “

Ricardo Lopes considerou importante terminar com as capelas em Coimbra, em que cada instituição trabalha de forma isolada sem ter em conta o que tem à volta.

Segundo o vereador da CMC sempre que é abordada por uma empresa que se pretende estabelecer no concelho, a Câmara Municipal tem promovido o encontro de estruturas como o Instituto Politécnico de Coimbra, Universidade de Coimbra, Instituto Pedro Nunes e outras entidades. Miguel Fonseca espera ter ‘boas notícias’ até final do ano sobre os diversos contactos que a autarquia tem tido. O vereador dá o exemplo da aquisição de alguns dos esqueletos industriais da zona da Pedrulha que têm sido comprados para indústrias que prezam a sustentabilidade.

O relatório e contas de 2021 de 5 de maio de 2022 dava conta que à data trabalhavam no parque industrial cerca de “250 pessoas distribuídas por 19 empresas/instrituições, um centro tecnológico em dois polos, uma associação de software de gestão pública, a sociedade gestora do parque e 14 empresas de serviços”. Cerca de 75 por cento dos recursos humanos tinham níveis superiores de qualificação.

Em outubro realiza-se nova Assembleia Geral de acionistas onde vão ser apresentados os cenários propostos pela administração do iParque.

Da estrutura acionista fazem parte para além da Câmara Municipal de Coimbra (90, 23 por cento do capital), Universidade de Coimbra, Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) / EAS , ISA – Intelligent Sensing Anywhere, Instituto Pedro Nunes, Critical Software, Iberopark , Novo Banco e SI Vales – Saúde e Vida, SGPS, Lda

Fotografia: CMC