vista aérea do estádio cidade de coimbra no jogo académica x varzim
25.08.2021POR Samantha Almeida

Mancha Negra e Académica contestam condições do Cartão do Adepto

Entre outros clubes e instituições, a Académica e a Mancha Negra já declararam a posição que defendem, inclusive incentivando os sócios a se oporem à mais recente medida. O novo sistema, cujo objectivo oficial é combater a violência entre claques e público nos estádios de futebol, coloca em causa a liberdade dos adeptos enquanto consumidores individuais que, para assistir aos jogos, não só têm que adquirir o habitual bilhete, como se vêm obrigados a registar dados e informações pessoais aos quais acresce o custo da adesão às condições (im)postas – assim alegam os opositores. Paralelamente, a adesão ao cartão encontra-se restrita a menores de 16 anos.

Com o início da jornada do campeonato de futebol, insurgem-se as vozes que contestam o novo regulamento subjacente às condições do Cartão do Adepto e  que determinam quem e como se pode integrar as claques das equipas nas bancadas.

A este respeito, a RUC falou com Nuno Santos, um dos presidentes da claque de apoiantes da Académica, Mancha Negra, que contesta o sentido da aplicabilidade do Cartão do Adepto.

O representante acusa as intenções dissimuladas desta nova modalidade sendo que, a pretexto de servir o combate à violência, xenofobia e racismo, o Cartão do Adepto conduz à extinção das claques de futebol no nosso país.

Apesar de referir que o Cartão do Adepto já deixou de ser aplicado em quase todos os dez países onde foi testado, à excepção de Espanha, Nuno Santos assume que há disponibilidade para que a oposição seja revista mediante a também revisão dos termos de adesão.

O presidente da Mancha Negra esclarece ainda as acções que as claques têm levado a cabo em conjunto com a Associação Portuguesa dos Adeptos (APDA) para tentar travar esta medida.

Quando questionado sobre quais as medidas que se podem propor para solucionar esta divisão de opiniões, Nuno Santos deixa algumas sugestões.

No Domingo, dia 29, o jornal Público fez saber que “Especialistas em Direito do Desporto e da Segurança defendem constitucionalidade do cartão de adepto como medida para controlar a violência no futebol” e, como tal, que esta modalidade está “em linha com a Constituição” da República Portuguesa.

Os opositores aguardam agora a aprovação para discussão em Assembleia da República, tendo já reunido 10 mil assinaturas em petição.

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