Aprovadas oito propostas em Assembleia Municipal
Entre as propostas apresentadas na Assembleia Municipal de Coimbra (AMC) as principais dizem respeito ao Relatório de Contas da Câmara de 2020, o Relatório de Contas dos SMTUC e ainda o exercício de direito legal pela Câmara Municipal de Coimbra para aquisição de um prédio na Rua Ferreira Borges.
Os membros da AMC reuniram esta tarde de quarta-feira, dia 30 de junho, para a segunda sessão ordinária de 2021.
Antes de se iniciarem os debates e respectivas votações sobre os temas da ordem do dia, a sessão, presidida por Luís Marinho, foi marcada por intervenções de deputados da assembleia que assumiram posições antagónicas, entre elogios, críticas, votos de agradecimento e de respeito.
Graça Simões, deputada pelo movimento Cidadãos Por Coimbra (CpC), foi a primeira interveniente, desde logo, lançando o tema que mais ânimos moveu durante toda a sessão. A este respeito, a moção que o movimento apresentou à Assembleia Municipal assume-se como um “compromisso com a voz dos cidadãos”, cuja reivindicação assenta na declaração de um estado de emergência climático no concelho.
Foi o tema que mais críticas e oposição gerou, com João Pinto Ângelo, deputado da CDU, o próprio presidente da AMC e o presidente do Município, Manuel Machado a insurgirem-se com indignação face à proposta da moção. Acusou-se a visão do CpC de estar assente numa linguagem exagerada e perigosa, como um “acto de alarmismo” e resultado de uma “ânsia por populismo”. O presidente salientou ainda a necessidade de defender uma “imunidade a populismos” e que a aprovação de estados de emergência compete ao Governo e aos ministérios.
Oposição critica ações do Município
As obras para reabilitação da calçada da Sé Velha e as obras sobre as infraestruturas da educação na cidade, as condições de acesso ao SNS, a falta de criação de tecido empresarial e respectiva empregabilidade, o combate às desigualdades e injustiças sociais, foram temas alvo das principais críticas da oposição que discordou da estratégia de decisão e operacional do município.
Por outro lado, Manuel Machado, enunciou Coimbra como “encantada e fantástica cidade”, a partir de uma citação de Antero de Quental, e defendeu as propostas do município para a redução do impacto negativo das alterações climáticas, salientando o mais recente recuperado projecto da Ecovia, e ainda a forte e necessária aposta nas condições de habitação e reabilitação de imóveis.
Anuncia, a este propósito, o acordo estabelecido durante a manhã para a construção e reabilitação de habitações com 60 milhões de euros a serem aplicados até 2026 e salienta que, enquanto primeiro direito, o trabalho de intervenção para a qualidade de habitação está já a decorrer com um investimento no terreno de 11 milhões de euros. A aquisição de um edifício na Rua Ferreira Borges por parte da Câmara foi defendida pelo presidente do município por atender às actuais necessidades de boas condições de trabalho para acolher todos os 2600 funcionários, inclusive muitos daqueles que irão deixar o regime de teletrabalho, e assim contribuir para a produtividade e qualidade de prestação de serviços complementando a necessidade de atribuir mais movimento à Baixa da Cidade.
SMTUC na mira da oposição
Nos assuntos da ordem do dia, havendo lugar a mais algumas intervenções para debate dos temas a votação, destacam-se também o Relatório de Contas da Câmara de 2020, o Relatório de Contas dos SMTUC que gerou algumas críticas, entre as quais deficiências no sistema de localização que presta informação para as paragens de autocarro, frota de veículos com com falhas mecânicas e veículos a combustão, lacunas nas estratégias de contratação de motoristas, entre outras.
Francisco Andrade recebe reconhecimento dos deputados da AMC
O presidente da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, Francisco Andrade, pronunciou-se pela primeira vez em quatro anos de assembleia, para anunciar que não irá renovar a candidatura ao mesmo cargo, declarando-se um “homem livre” que sai pela “porta grande e de cabeça erguida” para “procurar paz de espírito como alimento do bom senso”. O contributo e a postura de Francisco Andrade durante os anos em que esteve activo foi elogiado pelos restantes intervenientes e pelo presidente da assembleia.