Eliana Madeira: “Não podem ser critérios de razoabilidade económica que limitam o acesso aos lugares”
Eliana Madeira forneceu um entendimento mais profundo sobre a “Carta Aberta pelo Direito ao Lugar”, numa entrevista em que o tema chave foi a desertificação populacional de certas zonas do país e a consequente necessidade de combater esta problemática.
No dia 25 de junho, marcou presença no Observatório da RUC Eliana Madeira, representante do GRAAL, para nos falar de uma iniciativa que, aproveitando a iminência das eleições autárquicas, pretende chamar a atenção dos candidatos à autarquia de Coimbra para a “perda muito significativa de habitantes tanto nas zonas rurais como no centro das grandes cidades”.
O esvaziamento de população das zonas referidas “não se deve a uma escolha, mas a uma impossibilidade de as pessoas permanecerem”
Esta carta aberta a que nos referimos, “Carta Aberta pelo Direito ao Lugar”, surge no seio de uma parceria entre o GRAAL e a Fundação Gonçalo da Silveira, tendo a Casa da Esquina e o Banco do Tempo de Coimbra como parceiros que integraram “com muito entusiasmo” esta iniciativa, que foi elaborada em conjunto com cerca de 40 organizações da região centro do país e da zona da grande Lisboa. O objetivo de todas estas entidades é comum: mostrar ao poder político que a desertificação de certas zonas do país é uma realidade, e que, acima de tudo, a mudança desse paradigma depende de uma intervenção ativa dos autarcas nesse sentido.
A carta aberta tem sido “muito bem acolhida pela sociedade civil e também pelo poder político”
A representante do GRAAL apontou que considera muito significativo o facto de já cinco candidaturas se terem deslocado à Casa da Esquina para falar sobre o documento, além de oito reuniões já realizadas com partidos políticos e movimentos de cidadãos, sublinhando mesmo que “a maioria dos candidatos tiveram uma atenção muito especial com a carta”. Eliana Madeira revela-se surpreendida com esta atenção, uma vez que considera que nem sempre as iniciativas da sociedade civil dirigidas ao poder político são acolhidas desta forma.
“Temos esperança que algumas destas medidas possam ser adotadas na governação dos diferentes lugares”
No nosso entender, o grande objetivo dos participantes desta iniciativa está bem espelhado nesta pequena frase. Acima de tudo, Eliana Madeira reforça que o GRAAL, a Fundação Gonçalo da Silveira e todos os integrantes deste projeto, esperam que, deste vasto leque de “medidas de natureza diversa”, algumas delas sejam acolhidas pelos candidatos autárquicos.
Para ouvir a entrevista na íntegra, consulte o podcast deixado no topo da publicação.