Metamorfoses d’ Os Lusíadas e d’ A Paixão em exposição no Convento São Francisco

“Quantas vidas pode ter e viver um único livro?”, pergunta inicial a que procuraram responder os curadores António Pedro Pita e Cristina Robalo Cordeiro. A mostra, coloca em diálogo a epopeia “Os Lusíadas” de Luiz Vaz de Camões com a obra, “A Paixão”,  escrita por Almeida Faria.

A escolha dos curadores da exposição, foi justificadas pela também professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

“Uma obra só morre quando se imobiliza definitivamente ou no espírito do autor ou do leitor”, afirmou Cristina Robalo Cordeiro, ao evidenciar as “metamorfoses” que “Os Lusíadas” vivenciaram ao longo dos séculos e as “mutações” da “Paixão”.

Prémio Universidade de Coimbra em 2010, o autor d’ A Paixão, marcou presença na cerimónia de inauguração. Almeida Faria lembrou dois momentos das suas obras em que são invocadas estrofes d’ Os Lusíadas, em “Cortes” e depois em “Cavaleiro Andante”. No último, é evocado o dia 10 de junho, dia de Camões, dia que ao tempo do Estado Novo tinha uma expressão segregacionista.

Cristina Robalo Cordeiro e António Pedro Pita fazem parte da equipa que está a preparar a Candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027. A exposição surge no âmbito do I Encontro Literário “Cidades Invisíveis” promovido pela Câmara Municipal de Coimbra. Ambos representam mais “um passo” do processo de candidatura, para o presidente do Município de Coimbra, Manuel Machado.

A arquiteta Lara Seixo Rodrigues concebeu e montou os painéis que suportam a mostra onde podem ser lidas com o auxílio de uma lupa as 1102 estrofes d’ Os Lusíadas, contidas numa única página de papel. Estâncias do Canto I da mesma obra estão reproduzidas em baille. Uma instalação de Inteligência Artificial que contou com a colaboração de Penousal Machado permite ouvir a sonificação da epopeia de Camões.

Com entrada gratuita a exposição pode ser visitada até dia 5 de setembro, de quarta a segunda-feira das 15h00 até às 20h00.