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30.03.2021POR Isabel Simões

Pré-Campanha para as Autárquicas chega à Assembleia Municipal de Coimbra

Na primeira Assembleia Municipal de Coimbra (AMC) de 2021, com o caso da demissão do vereador da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) que tutelava os SMTUC presente na memória, foram vários os deputados municipais que fizeram um balanço da governação da cidade, durante o período de Antes da Ordem do Dia, na sexta-feira, dia 26 de março.

[Crónica e opinião]

As Eleições Autárquicas ainda não têm data marcada mas a estratégia dos partidos e movimentos com assento na Assembleia Municipal de Coimbra para as eleições autárquicas vai aparecendo através dos discursos públicos dos apoiantes e dos candidatos já conhecidos.

Nunes da Silva do movimento Somos Coimbra (SC) apresentou uma nova figura a que deu o nome de “Plataforma/Coligação Apoia” que como sabemos não tem assento como tal na AMC atual. Deduzimos que o deputado municipal se referia ao apoio que o PSD e o CDS já declararam ir dar ao candidato à Câmara Municipal de Coimbra pelo SC, José Manuel Silva. Veio deste movimento um dos discursos mais fortes contra a governação socialista mas não foi o único.

Balanço à gestão autárquica do PS por parte do SC, PSD e CDS

“Podemos definir estes quase oito anos de governação socialista com duas palavras – demagogia e perder” começou por dizer o deputado do SC, Nunes da Silva. “O Partido Socialista não quis ou não soube ser incómodo junto do poder central”, acusou o deputado. Deixou depois a vontade de o  SC  tudo fazer para “reanimar Coimbra”. “A ideologia não nos interessa”, afirmou. “Não se governam autarquias com base em ideologias partidárias”, “pretendemos apenas tornar este município e esta cidade, modernos, vivos e pujantes” foram outras promessas que deixou.

O conjunto de obras em curso, em ano de eleições autárquicas, mereceu reparo da parte do deputado do PSD, Francisco Rodeiro. “Aquilo que o Partido Socialista não quis ou não soube fazer antes, quer realizá-lo até setembro de 2021 na convicção de que os eleitores de Coimbra não recordam o nada ou o pouco que foi feito, mas fixam no momento do voto o muito que se quer fazer no último ano de mandato”, enfatizou. O social-democrata não esqueceu o que chamou de “renúncia forçada” do vereador socialista Jorge Alves.

Já o CDS, invocou o momento liturgico que os católicos atravessam da Quaresma para apelidar  de “penitência” os quase oito anos de gestão socialista da cidade de Coimbra. A deputada do CDS,  Lúcia Santos manifestou também a esperança de que existe em Coimbra a vontade de “renascer” a partir de outubro deste ano com a realização de eleições.

A resposta de Manuel Machado e da bancada do PS às críticas

Seria o presidente da CMC, Manuel Machado a responder diretamente a Francisco Rodeiro.

“Aproximamo-nos do fim do mandato e apesar de ainda não ser hora de balanço é legítimo fazer um ponto de situação de quem faz e não fala apenas, pois até já há quem prometa o paraíso americano sem incêndios e sem ideologia para depois de outubro”, foram palavras do início do discurso do deputado Hernâni Caniço do Partido Socialista. O deputado continuou com a enumeração do que, do seu ponto de vista, são os feitos da governação socialista.

José Manuel Silva apresentou  estratégia “CulTec” ao executivo

Também na reunião do executivo camarário de segunda-feira, dia 22 de março, o vereador  pelo SC, José Manuel Silva, tinha apresentado a “Estratégia CulTec para o desenvolvimento de Coimbra”. O também candidato ao lugar de presidente de Câmara fez questão de afirmar que “a partir de outubro de 2021, a transformação e revivificação de Coimbra vai passar por enredar toda a cidade numa fervilhante filosofia CulTec, ou CoolTech, uma nova mentalidade estratégica, uma atitude proativa e cosmopolita, aberta ao mundo, às pessoas, às artes, à inovação, às ideias, ao investimento e ao empreendedorismo, assente na vontade de fazer a diferença em direção ao futuro para promover o desenvolvimento sustentável de Coimbra”.

Opinião

Este fim de semana soubemos que a concelhia do Partido Socialista indicou Manuel Machado para se candidatar a um terceiro mandato deste regresso à frente do Município de Coimbra. Faltam ainda candidatos de outros partidos e movimentos para aumentar a riqueza do debate político e o mesmo não se resumir a um ping-pong entre duas personalidades, Manuel Machado versus José Manuel Silva.  Sabemos que a luta política pelas cadeiras do poder autárquico já começou há muito e vai ter um crescendo até ao dia das eleições.

Esperamos apenas que a vontade de vencer não deixe de lado o debate das ideias e das soluções para uma cidade que se conseguiu unir num pacto político pela Cultura (aprovado na última AMC). Em tudo o mais, felizmente, no entendimento desta editora da RUC que assina a crónica, não faltam na cidade diferentes opiniões, propostas e vontades para desenhar o futuro do concelho. No outono, a escolha caberá aos eleitores.

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