[object Object]

Ferreira da Silva: “Candidatura de Manuel Machado é uma candidatura cinzenta”

Ferreira da Silva comenta a candidatura de Manuel Machado a novo mandato, a intervenção no Rebolim, os apoios sociais no âmbito da COVID-19 e a greve dos oficiais de justiça.

O Observatório de segunda-feira, 29 de março, contou com comentário do advogado e antigo vereador da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Augusto Ferreira da Silva.

A Comissão Política Concelhia de Coimbra do Partido Socialista (PS) foi unânime (todos os 63 membros votaram favoravelmente) na aprovação da candidatura de Manuel Machado a novo mandato na CMC.

Para José Augusto Ferreira da Silva, a notícia não surpreende. Mas a notícia também não entusiasma o antigo vereador, que diz que a candidatura de Manuel Machado é uma “candidatura cinzenta”. Sobre um dos adversários já conhecidos, José Manuel Silva, líder do movimento Somos Coimbra e apoiado pelo Partido Social Democrático (PSD) para as eleições deste ano, o comentador avança que “não tem possibilidade de obter sucesso”. O antigo vereador considera que a candidatura conjunta não é propriamente uma coligação e que vai perder votos “nos dois campos”, como indica a cisão do movimento Somos Coimbra, de onde saíram alguns dos membros fundadores.

A CMC procedeu a uma intervenção na zona próxima da praia fluvial do Rebolim. A autarquia diz que foi uma limpeza, mas várias forças políticas criticaram a iniciativa e temem que seja o primeiro passo para a instalação de um campo de golfe. Ferreira da Silva também desconfia da intervenção, dizendo que “ninguém faz uma terraplanagem daquelas sem ter um projeto para o local. Para o antigo vereador, o processo foi mal conduzido pela CMC, que deveria ter ouvido as ideias da população para o local.

O Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou três diplomas de reforço dos apoios sociais no âmbito da pandemia de COVID-19, que tinham sido aprovados na Assembleia da República à revelia da vontade do governo. O Primeiro Ministro criticou a iniciativa presidencial, considerando que a argumentação de Marcelo foi uma interpretação criativa da Constituição.

Ferreira da Silva diz que “se a interpretação é criativa, bem vinda a criatividade”. O comentador, que em muitas situações discorda do PR, tanto das opções como do modo de fazer política, fica satisfeito por, ao contrário do que acontece normalmente, desta vez a criatividade ser a favor dos mais desfavorecidos. No entanto, o advogado teme que o governo faça “veto de gaveta”, atrasando a implementação dos diplomas.

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) convocou hoje uma greve para decorrer entre 12 e 16 de abril contra o não pagamento de horas suplementares e em protesto contra o “trabalho forçado/escravo”.

Ferreira da Silva, que começou a fazer advocacia há 43 anos, diz que os oficiais de justiça têm que ser vistos como os outros funcionários públicos. Para o advogado, o Estado não pode obrigar cidadãos a trabalhar para além do seu horário sem compensação. No entanto, o comentador acredita que a greve não terá grande impacto, dado que os julgamentos estão parados e os prazos suspensos.

PARTILHAR: