AUTOR: Isabel Simões

DATA: 31.05.2025

DURAÇÃO: ...

“O Grande Incêndio” do escritor alemão, Roland Schimmelpfennig, peça encenada por Ánxeles Cuña Bóveda estreou na última quinta-feira n’A Escola da Noite. Vai manter-se em cena durante três semanas até 15 de junho. A peça pisa o palco, todas as quartas e quintas-feiras às 19 horas, sextas e sábados às 21 horas e no domingos às 16 horas. A RUC esteve à conversa com a encenadora

Ánxeles Cuña Bóveda é Licenciada em Ciências da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela, assim como diplomada pela Escola de Expressão de Barcelona. Foi a fundadora do grupo teatral Sarabela Teatro em 1980. Em agosto de 2016 foi eleita deputada do Parlamento da Galiza.

O Arabela Teatro constitui-se como associação teatral de carácter independente, e a partir de 1990 como empresa profissional. É a companhia privada que arrecadou mais prémios María Casares da história, e os seus espetáculos representaram-se na Galiza, em Espanha e em outros países. A companhia também realiza atividade docente, trabalhos de animação e leitura, e participa da organização da MITEU a Mostra Internacional de Teatro Universitario de Ourense, da MOTI a Mostra de Teatro Infantil e do FITO, o Festival Internacional de Teatro de Ourense.

Da sinopse que a Escola da Noite nos enviou sobre o autor e que passo a citar “Roland Schimmelpfennig nasceu em Göttingen, na Alemanha, em 1967. Foi jornalista em Istambul, e estudou encenação em Munique. Começou a trabalhar como autor independente em 1996 e, a partir do ano 2000, tem escrito peças por encomenda. As suas peças têm sido apresentadas com grande sucesso em mais de 40 países por todo o mundo, da Áustria ao Japão e à Índia.

Em Portugal, houve pelo menos duas peças suas levadas à cena: “A noite árabe” (2008, no Teatro Nacional Dona Maria II, com encenação de Paulo Filipe) e “A antiga mulher” (2019, pela Companhia de Teatro de Braga, com encenação de Toni Cafiero). Sobre esta e outras das suas peças, Schimmelpfennig confessa o impacto que o drama dos refugiados que procuram chegar à Europa teve na sua escrita.

Segundo o autor estamos “num momento sério da história, num desses momentos em que se duvida do significado de qualquer forma de arte”, em que se duvida da capacidade da comunidade mundial de proteger todos os que são obrigados a “pôr a vida em risco para se salvarem dos perigos mortais que vivem nos seus países”.

A peça “O Grande Incêndio” foi escrita em 2017, por encomenda do Teatro Nacional de Mannheim, da Alemanha. É uma fábula moderna sobre duas vilas situadas num vale, junto a um regato e separadas por uma ponte. De um lado do regato crescem vinhas e do outro pastam bois, vacas, cavalos e ovelhas.

De súbito, ocorrem diferentes eventos – uma seca, inundações, uma estranha febre contagiosa, um grande incêndio – que afetam apenas uma das povoações, enquanto a outra entra num período de prosperidade económica. Vamos ouvir um momento da peça e depois a conversa com Ánxeles a encenadora d’ O Grande Incêndio.

As ligações d’A Escola da Noite à Galiza são longevas. O grupo de Coimbra tem acolhido espetáculos galegos nos diferentes espaços da cidade pelos quais tem sido responsável e apresenta com regularidade o seu trabalho em diferentes palcos da Galiza

Em 2023, organizou com a associação Cena Lusófona e em parceria com uma dezena de instituições da cidade a Mostra de Teatro Galego em Coimbra, que volta este ano, no final de Outubro, para a segunda edição.

Ánxeles Cuña Bóveda é a segunda encenadora da Galiza a dirigir um espectáculo da companhia, dez anos depois de Cándido Pazó aqui ter encenado “A Canoa”. O Grande Incendio é a primeira de duas co-produções previstas para o biénio 2025-2026 entre a Escola da Noite e o Teatro Sarabela.

A peça é apresentada em português com a tradução de António Sousa Ribeiro (feita de propósito para este espetáculo, com o apoio do Goethe-Institut Lisboa)

A coprodução conta com uma vasta equipa criativa, com artistas de Portugal e da Galiza. Para além de Ánxeles Cuña Bóveda, directora artística do Sarabela Teatro, a equipa inclui Iris Branco e Cristian Andrade na cenografia, Baltasar Patiño no desenho de luz, Vadim Yukhnevich na música original, Ana Rosa Assunção nos figurinos e adereços, Rut Balbís no apoio ao movimento e Zé Paredes como assistente de encenação. O elenco é composto por Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Maria Quintelas, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash.

A estreia d’ “O Grande Incêndio” aconteceu na última quinta-feira dia 29 de Maio em Coimbra. O espetáculo cumpre uma temporada de três semanas em Coimbra. E será representado em Orense na terceira semana de Junho.

Fonte: Dossier de imprensa d’ A Escola da Noite e Wikipédia

Fotografia: Escola da Noite