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Isabel SimõesO Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural/2022 foi atribuído pela Estoril-Sol ao editor livreiro Zeferino Coelho. O júri teve em conta a atividade de mais de 50 anos que o editor tem desenvolvido em prol da literatura e da cultura portuguesas. O anúncio aconteceu na última segunda-feira, dia 3 de janeiro.
De acordo com a Agência Lusa, Zeferino Coelho, nasceu em 1945, em Paredes, no distrito do Porto. Através da editora Caminho que agora integra o grupo LeYa, foi o editor de José Saramago, até agora o único Nobel da Literatura portuguesa.
Licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, Zeferino Coelho iniciou o seu trabalho como editor em 1969 na Editorial Inova, onde se manteve até 1971. Em 1977 fundou a Editorial Caminho, à qual se mantém ligado.
Em 2019 Zeferino Coelho foi condecorado, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a insígnia de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Nesse mesmo ano, em março, foi homenageado na Feira do Livro de Leipzig, na Alemanha.
Nessa altura, segundo o Ípsilon do jornal Público, o editor agradeceu com as palavras que passo a citar…“Tenho muitas dúvidas sobre a importância do papel dos editores e assusta-me um pouco que eles se ergam acima da sua insignificância e assim venho ocupar um lugar que outros, sim, autores, devem ocupar por direito.”
Citando também o presidente do júri do Prémio Vasco Graça Moura, Guilherme de Oliveira Martins, Zeferino Coelho “foi ainda, editor de oito vencedores do Prémio Camões, o mais importante galardão da língua portuguesa: José Craveirinha [1991], o próprio José Saramago [1995], Sophia de Mello Breyner [1999], Luandino Vieira [2006, que recusou], Arménio Vieira [2009], Mia Couto [2013], Germano Almeida [2018] e Paulina Chiziane [no ano passado]”.
O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi iniciado pela Estoril Sol em 2015. É atribuído anualmente e tem e o valor pecuniário de 20 mil euros. Presta homenagem à memória do escritor e político social-democrata Vasco Graça Moura. É anunciado no dia de aniversário do escritor que, se fosse vivo, completaria 80 anos.
De acordo com o promotor da distinção, o Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural “visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que ao longo da carreira – ou através de uma intervenção inovadora e de excecional importância -, haja contribuído para dignificar e projetar no espaço público o setor a que pertença”.
O ano passado o vencedor do Prémio Vasco Graça Moura foi o administrador não-executivo da Fundação Calouste Gulbenkian Emílio Rui Vilar.
Em edições anteriores, receberam o galardão Eduardo Lourenço (1923-2020), José Carlos Vasconcelos, Vítor Aguiar e Silva, Maria do Céu Guerra e Carlos do Carmo (1939-2021), que gravou poemas de Graça Moura.
Texto: com Agência Lusa
Locução: Jéssica Sá
Fotografia: #LEYAEMCASA