AUTOR: Isabel Simões

DATA: 08.11.2022

DURAÇÃO: ...

“O castigo da Torre de Babel foi um benefício para a humanidade, uma ambiguidade necessária”, afirmou Alberto Manguel, o mais conhecido bibliófilo de origem argentina, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

“O Bibliotecário da Biblioteca Universal é invisível e gostaria que permanecesse desse modo”, respondeu assim Alberto Manguel a uma pergunta vinda do público no encerramento da conferência “Bibliotecas Icónicas da História da Humanidade” que decorreu no Auditório da Reitoria, a 27 e a 28 de novembro

“A cada pensamento teremos de preservar a multiplicidade das línguas e evitar a língua franca que é o inglês”, mencionou o bibliófilo na sessão. Para Alberto Manguel a “Biblioteca Universal”, tema da sua preleção,  deve ter livros em todos os idiomas. “O valor de uma biblioteca não está no espaço físico”, realçou.

De acordo com o bibliógrafo a necessidade de estabelecer um diálogo com os livros impede-nos de considerar o conteúdo de uma biblioteca como sagrado. A leitura hoje é mais superficial do que já foi no entendimento do conferencista. Como leitores “saímos do microcosmos da igreja para o microcosmos do indivíduo”. “Estamos centrados em nós próprios”, acrescentou. “A história da leitura não é linear”, concluiu.

Em setembro de 2020, Alberto Manguel doou a sua biblioteca pessoal a Lisboa. De acordo com o Jornal Expresso, são 40 mil volumes guardados em 800 caixas, que estão a ser abertas para que cada obra ocupe o seu lugar no centro a que escolheu chamar Espaço Atlântida.

Alberto Manguel encerrou, a 28 de outubro, a conferência “Bibliotecas Icónicas da História da Humanidade” organizada pela Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) com uma viagem pela história da leitura tema que deu título a uma das suas obras.