Há Vida(s) Nesta Cidade!
sábados (14h00)
A ditadura da actualidade deixa para trás histórias de vida(s) de pessoas e instituições. A Rádio também se faz de pequenos momentos de intimidade em que as almas se abrem aos outros. Há Vida(s) Nesta Cidade propõe-se dar a conhecer gente que não pisa a ribalta da “espuma dos dias”.
UM PROGRAMA DE:
Isabel SimõesNa primeira parte do programa de hoje ficámos a conhecer um pouco da vida do jornalista Rocha Pato e da sua relação com José Afonso. Na segunda parte do programa, a viagem levou-nos com o arqueólogo André Tomé até Kani Shaie, no Curdistão iraquiano.
Rocha Pato, o jornalista que “voava até acabar o dinheiro para a gasolina”, como conta Rui Pato, foi homenageado pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC). Nascido em 1923 em S. João da Azenha, Avelãs de Caminho, Rocha Pato vem já como jornalista para Coimbra por conta do jornal Primeiro de Janeiro.
A homenagem a Rocha Pato levou à Casa Municipal da Cultura quem o conheceu, na última sexta-feira de setembro, dia 29. Coube ao vereador responsável pela Biblioteca Municipal, Francisco Queirós, fazer as honras da casa.
A sessão de homenagem integrou a evocação realizada pelo seu filho, o médico Rui Pato, um apontamento musical de António Ataíde, acompanhado por Rui Pato na viola, e a inauguração da exposição “A Sintonia de duas vidas: Rocha Pato e José Afonso”.
A mostra pode ser visitada até dia 27 de outubro. As cartas e postais que resultaram da troca de correspondência entre Rocha Pato e José Afonso foram doadas à Biblioteca Municipal de Coimbra onde ficarão disponíveis para estudo e consulta.
“O meu pai era doido por Coimbra” – Rui Pato
Notas biográficas sobre o jornalista
“Era presença permanente na tertúlia das mesas dos intelectuais e artistas do café A Brasileira de Coimbra, onde fez amizades e mantinha convívio diário com Torga, Paulo Quintela, irmãos Vilaça, Fernando Machado Soares, José Afonso, Fernando Martins, Pedro Olayo, Cabral Antunes, Cunha Rocha, Octaviano de Sá, só para citar alguns.
Foi sempre um homem de esquerda, colaborou com a sua acção cívica e com as sua actividade jornalística em todas as iniciativas democráticas, sendo conhecido pela maneira habilidosa como “fintava” a censura. Foi piloto civil, com o brevet tirado no Aeródromo de Cernache.
Grande fotógrafo, vencedor de vários galardões de fotografia. Coleccionador de arte dos artistas de Coimbra. Foi ele que tratou de tudo, editora, estúdio, capa, etc, para os três primeiros discos de Baladas de José Afonso. Em meados da década de 70, larga a delegação do Primeiro de Janeiro na Rua Ferreira Borges e vai trabalhar para o Diário Popular , criando uma delegação no Largo das Ameias.
Vive intensamente as crises académicas, as eleições de Humberto Delgado, o 25 de Abril, inscreve-se no MDP- CDE e vem a falecer subitamente com 57 anos em 1 de Abril de 1982.” – Rui Pato [Coimbra, 7 de abril de 2015] em guitarradecoimbra4.blogspot.com
Fotografias: CMC e Isabel Simões
A equipa do Kani Shaie Archaeological Project, tem sido liderada por cientistas do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) da Universidade de Coimbra (UC). Este ano regressou ao Curdistão no norte do Iraque e voltou a fazer novas descobertas.
A campanha arqueológica foi codirigida pela docente da Faculdade de Letras da UC e investigadora do CEAACP, Maria da Conceição Lopes, pelo investigador do CEAACP, André Tomé, e pelo investigador da Universidade de Cambridge, Steve Renette. A parceria envolveu as autoridades curdas e a campanha decorreu entre 23 de agosto e 19 de setembro de 2023.
A RUC esteve à conversa com André Tomé.
Fotografia: CEAACP