Há Vida(s) Nesta Cidade!
sábados (14h00)
A ditadura da actualidade deixa para trás histórias de vida(s) de pessoas e instituições. A Rádio também se faz de pequenos momentos de intimidade em que as almas se abrem aos outros. Há Vida(s) Nesta Cidade propõe-se dar a conhecer gente que não pisa a ribalta da “espuma dos dias”.
UM PROGRAMA DE:
Isabel SimõesA Universidade de Coimbra organizou, nos dias 16 e 17, o “Coimbra 30-2030: Colóquio Internacional sobre a arquitetura e o espaço urbano da cidade”. A iniciativa, decorreu no Auditório da Reitoria da UC. O evento reuniu autores nacionais e internacionais na análise da evolução da cidade de Coimbra desde a presença romana à atualidade e procurou perspetivas de futuro.
“Coimbra tem tudo só falta ligar”, disse Luís Miguel Correia um dos organizadores do colóquio, em jeito de conclusão. “Que cidade procuramos, o que nos falta ligar?” foi a pergunta que deixou para os intervenientes na mesa final.
Ana Bastos, vereadora na Câmara Municipal de Coimbra com a responsabilidade da mobilidade e do urbanismo deixou o desafio de o concelho se unir na defesa da Alta Velocidade passar em Coimbra B e também para que a estação se transforme numa grande Estação Intermodal.
No entender da vereadora, sem Alta Velocidade Coimbra fica fora do futuro, agora que o combate às alterações climáticas aconselha a diminuição das viagens de avião curtas.
“Se não nos revoltarmos de forma conjunta e unida a uma só voz”, a cidade continuará a definhar, lamentou.
O arquiteto Sérgio Fernandes, o obreiro da recuperação de Santa-Clara-a-Velha, deixou uma mensagem de otimismo e de agradecimento aos organizadores: José António Bandeirinha, Carolina Coelho e Luís Miguel Correia.
“Os arquitetos têm uma palavra a dizer no desenho da cidade” reforçou Alexandre Alves Costa. No entendimento de Alves Costa, desenhar a cidade é uma competência e obrigação dos arquitetos. Mas para que tal aconteça tem de haver um programa definido por um poder, esclareceu. O arquiteto propôs a discussão de uma metodologia para debater a intervenção destes profissionais. “A cidade não deve ser abandonada ao livre arbítrio de qualquer poder”, acrescentou.
Gonçalo Byrne, o arquiteto da intervenção no Museu Nacional de Machado de Castro, lembrou a relação de Milão com a Alta Velocidade e a importância que a Galiza dá ao eixo ferroviário Corunha- Lisboa ou Setúbal. Para o arquiteto há saber e “experiências fantásticas” na cidade de Coimbra e chamou a atenção para a importância do eixo ao longo do rio para aproximar a cidade ao Mondego.
Camilo Cortesão, o arquiteto do polo II e do Parque Verde, “trabalhos incompletos, todos eles”, afirmou, refletindo sobre aquilo que falta fazer e as pequenas “pontas soltas”. “O que falta fazer é muito pouco, às vezes faltam 50 metros”, disse.
João Mendes Ribeiro, o arquiteto mais jovem do painel dissertou sobre os princípios que nortearam os projetos que desenhou para a cidade, recuperação das Estufas do Botânico e o Centro de Artes Visuais, são dois deles. “Trazer habitação para o centro da cidade” e intervir na encosta dos colégios da Rua da Sofia foram duas das necessidades que apontou. Propôs ainda a criação de um Laboratório entre a Universidade e a Câmara de Coimbra para passar à ação.
Luís Miguel Correia perguntou ao presidente da Câmara de Coimbra como vê a cidade em 2030.
As respostas a várias das questões colocadas viriam do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva. O autarca deixou também o desafio de que apareçam projetos para desenhar a cidade.
O colóquio foi encerrado pelo vice-reitor da UC Alfredo Dias.
O arquiteto Joan Busquets, apresentou o projeto que desenhou para o “Plano de Urbanização da Entrada Poente e Nova Estação Central de Coimbra (Interface Intermodal), há dez anos. O arquiteto catalão mostrou-se convencido de que “a Europa do Futuro é a Europa da Alta Velocidade”, agora que a questão das alterações climáticas está na agenda política, económica e social do Planeta. “São as cidades intermédias que podem beneficiar da Alta Velocidade”, enfatizou. “São as novas formas de mobilidade que vão estruturar a Europa”, concluiu.
No programa Há Vidas Nesta Cidade deste sábado dia 19 de novembro, faltou passar em antena as intervenções de João Mendes Ribeiro, Sérgio Fernandes, Joan Busquets e uma parte da intervenção de Gonçalo Byrne. Num dos programas de dezembro vamos regressar às declarações dos dois primeiros arquitetos e revisitamos as palavras ditas pelo arquiteto do Criptopórtico.
Lembramos que no programa Observatório da última segunda-feira, dia 15 de novembro, os organizadores do colóquio estiveram na RUC. José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia e Carolina Coelho estiveram no programa. O que lhe trouxemos este sábado foram algumas das palavras ditas no painel final do colóquio, a que a RUC também assistiu.
A técnica do programa esteve por conta de Tiago Gama e Vasco Santos.
Músicas do programa:
- Samba da Utopia de Jonathan Silva
- Temas de “Drafty Moon” de Bloom