AUTOR: Isabel Simões

DATA: 17.08.2024

DURAÇÃO: ...

No dia 13 de maio a Câmara Municipal de Coimbra discutiu a instalação de uma Central Fotovoltaica na Serra do Alhastro em terrenos da Cimpor.

A questão dividiu o executivo com os vereadores da CDU e o do Partido Socialista a votarem contra. A instalação da Central Fotovoltaica foi aprovada pela maioria que governa a Câmara Municipal. No programa de sábado, dia 10 de agosto, ficámos a conhecer a posição dos partidos políticos da oposição e da coligação que governa a Câmara Municipal de Coimbra, bem como a opinião de Rui Soares, presidente da União de Freguesias de Souselas e Botão, que deu parecer favorável à instalação.

No programa de sábado, dia 17 se agosto, demos a conhecer a posição da Associação Milvoz e as razões que levaram a Junta de freguesias de Brasfemes a votar contra a instalação da Central Fotovoltaica na Serra do Alastro.

A instalação de Centrais fotovoltaicas em locais que as populações não aprovam tem gerado polémica no nosso país. Sem pôr em causa a instalação das chamadas energias limpas, as populações gostariam de ver os painéis instalados em locais que não ferissem a paisagem e não condicionassem a biodiversidade.

Coimbra já tem em Cernache uma central fotovoltaica. A sua instalação não foi pacífica. Agora a Cimpor pretende instalar em terrenos próprios na Serra do Alhastro uma central fotovoltaica. A União de Freguesias de Souselas e Botão é a favor da instalação, já a vizinha freguesia de Brasfemes é contra.

O presidente da Freguesia de Brasfemes, João Paulo Marques preferia que a central ocupasse os telhados da Cimpor, cimenteira que propõe a central, ou mesmo os telhados da freguesia em vez da Serra do Alhastro. Em alternativa, sugere uma zona de pinheiros e eucaliptos onde a central fotovoltaica poderia ser instalada. A RUC gravou uma conversa com João Paulo marques.  Na conversa participou também Ricardo Oliveira, biólogo e presidente da Assembleia de Freguesia de Brasfemes.

A área que vai ser ocupada na freguesia de Brasfemes é, segundo o presidente da junta, “uma área que diz muito à população”, pois era extraída ali a pedra utilizada pelos canteiros da região. Além disso, o espaço a ser ocupado pela futura central tem lugar privilegiado na memória dos fregueses por ser um local de brincadeiras de há 55 ou 60 anos.

Resolvida que está a colisão da central com a rota das orquídeas, ainda assim João Paulo Marques deixou um apelo a todos os que queiram ajudar a freguesia de Brasfemes a defender a sua posição.

Em 15 de junho a Milvoz publicou na página do Facebook um manifesto relativo à destruição do que considerou ser “um dos mais importantes hotspots de biodiversidade da região Centro”. Com o manifesto divulgou também uma petição pública, dirigida ao executivo da Câmara Municipal de Coimbra, convidando a população a assinar para dar “mais força” ao movimento cidadão em defesa da Serra do alastro.

Pedro Gomes, presidente da Milvoz, Associação de Proteção e Conservação da Natureza foi o convidado do programa Observatório de 27 de junho. O assunto Centrais Fotovoltaicas, as mal amadas das populações rurais é um assunto a que vamos voltar na grelha de inverno.

Música:

  • Samba da Utopia de Jonathan Silva
  • Miles Davis e Bill Evans.

Fotografia: Milvoz