AUTOR: Isabel Simões

DATA: 14.10.2023

DURAÇÃO: ...

O Arquivo da Universidade de Coimbra (UC) presta serviços inestimáveis às populações. Procuram o arquivo investigadores mas também cidadãos portugueses e de outros países que falam português ou que a diáspora portuguesa buscou para viver.

Há quem procure um antepassado para conseguir dupla nacionalidade, quem queira obter documento que prove a posse de uma marinha ou quem queira saber qual a primeira mulher de Cabo Verde a estudar na Universidade de Coimbra, entre outros serviços.

Os arquivistas são verdadeiros Sherlock Holmes que descobrem percursos de vidas nos registos de papel ou de pergaminho. Histórias de países, instituições, cidadãos ilustres ou mesmo de antepassados de cidadãos comuns, estão disponíveis para consulta.

Ana Maria Bandeira, técnica superior do Arquivo está na instituição desde 1983. Foi com muita alegria que guiou a reportagem RUC pelos seis pisos do Arquivo da Universidade de Coimbra. Um edifício desenhado pelo arquiteto Alberto Pessoa, com as suas paredes grossas e portas corta-fogo. O arquiteto participou no desenho da  Cidade Universitária de Coimbra, são dele os traços da Faculdade de Letras e do Arquivo da UC. Os desenhos que ele e os outros arquitetos fizeram para a Cidade Universitária de Coimbra estão no Arquivo da UC.

Isabel Simões e Ana Maria Bandeira

Ana Maria Bandeira dedicou grande parte da sua vida ao Arquivo da Universidade de Coimbra. A visita guiada que nos fez conta a história do arquivo, do seu acervo e até de vidas, não só de portugueses, como também de gente do Brasil e de outros países falantes de português.

Através dos acervos de instituições como a Universidade de Coimbra, ou do extinto Governo Civil, ou das extintas Ordens Religiosas, chegam-nos histórias de vidas privadas. Histórias que o arquivo guarda religiosamente. 

A visita começou pela Sala de Conferências e Exposições onde pontua a exposição multimédia que o Arquivo da UC levou para a Noite Europeia dos Investigadores. Intitulada “Direitos Humanos, Memória e Inclusão: os arquivos são para todos/todas”, na mostra pode ler e ouvir a carta de Emília Teresa escrita em 6 de fevereiro de 1899, em Santos, no Brasil, com o relato de maus tratos sofridos pela violência do marido.

Ou ficar a saber que o diretor do Laboratório Químico (LQ), Tomé Rodrigues Sobral, perdeu a sua casa, livraria e manuscritos num incêndio ateado em 1 de outubro de 1810 pelas tropas francesas. Uma vingança por ter dirigido o fabrico de pólvora no LQ para defesa da cidade, por altura da primeira invasão francesa, em 1808.

A exposição pode ser visitada na Sala D. João III de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 12h00 e das 14h00 até às 17h00.  No próximo sábado, a partir das 14 horas, vamos continuar a conhecer histórias do Arquivo da UC, “Um lugar de memórias com futuro”.

Fotografias: gentileza de Elisabete Cardoso