AUTOR: Isabel Simões

DATA: 04.02.2022

DURAÇÃO: ...

De acordo com a Agência Lusa o sociólogo e professor da Universidade dos Açores, Fernando Diogo, alertou esta semana para a estagnação da taxa de abandono escolar precoce de educação e formação entre os 18 e os 24 anos nos Açores, que é já a mais alta da Europa.

Segundo o sociólogo, é sobretudo “preocupante” a estagnação da taxa de abandono escolar precoce de educação e formação entre os 18 e os 24 anos, que em 2020 atingia os 27% na região, quando a média do país era de 8,9%. Em causa estão jovens entre os 18 e os 24 anos, “que já deixaram o sistema de ensino e não completaram pelo menos o 12.º ano”. Para o sociólogo, é importante estudar as causas deste fenómeno e promover o sucesso escolar para travá-lo. “O problema é conseguir que estes jovens tenham mais sucesso escolar, para quando chegarem aos 18 anos e estiverem a pensar em deixar a escola já tenham o 12.º ano, ou até continuem um pouco mais”, defendeu.

O especialista lembrou que os Açores são “a região portuguesa onde há menos gente com o ensino superior”. A proposta do Governo Regional de criação de uma estratégia da Educação para a década é vista com bons olhos por Fernando Diogo, que alerta ainda assim para o perigo de o programa se focar demasiado nas infraestruturas e nas condições laborais dos professores.

 

O investigador criticou por outro lado o “excessivo foco” nas construções escolares, alegando que as verbas da Educação no Plano e Orçamento da Região são praticamente destinadas às infraestruturas.

Fernando Diogo propõe uma estratégia com foco nos alunos e para isso defende uma maior aposta na “organização das escolas, na formação pós-escolar dos professores e na supervisão do trabalho dos professores”.

Questionado sobre o programa Pro-Sucesso, implementado pelo anterior Governo Regional, o sociólogo reconheceu que teve “inúmeras coisas positivas e importantes”.

“É preciso de facto sobretudo organizar melhor e não tanto deitar fora um trabalho que já está feito, porque recomeçar será ainda pior”, disse.


O Portal do Governo diz-nos que “depois de, em 2020, ter registado um mínimo histórico de 8,9%, superando a meta de 10% contratualizada com a União Europeia para esse ano, a taxa de abandono precoce da educação e formação registou uma nova redução ainda mais significativa em 2021, tendo alcançado 6,5% nos dois primeiros trimestres e um novo mínimo histórico de 5,2% no terceiro trimestre”.

Falta saber a distribuição deste indicador no território na atualidade.

Fonte: Agência Lusa