AUTOR: Isabel Simões

DATA: 27.05.2022

DURAÇÃO: ...

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, vai dirigir-se aos líderes da União Europeia reunidos num Conselho Europeu especial, na próxima segunda-feira, dia 30. Energia, defesa e segurança alimentar vão ser temas a abordar pela responsável em Bruxelas.

A guerra da Ucrânia veio demonstrar a dependência da União Europeia a vários níveis. Em 2020 o jornal Público escrevia que Portugal importava 73% dos alimentos que consumia.

A alimentação é tema da rubrica de hoje até porque decorre no Convento São Francisco em Coimbra uma conferência com os parceiros do projeto europeu Food Corridors com mais seis países: Grécia, Estónia, Hungria, Roménia, Itália e Eslovénia.

O projeto liderado pela CIM da Região de Coimbra pretende promover uma rede de cidades que se comprometam com a criação de corredores alimentares e aproximem a produção do consumo numa base de sustentabilidade de forma a promover a economia circular, socialmente responsável.

David Beasley, chefe do Programa Mundial de Alimentos da ONU avisou em Davos, na Suíça, esta semana, que “Há 49 milhões de pessoas em 43 países que estão “batendo na porta da fome”.

O presidente da CIM da Região de Coimbra critica a União Europeia de promover a especialização na produção agrícola e assim contribuir para a escassez de alimentos quando surgem problemas entre países.

De acordo com a Agência Lusa, o relatório do projeto europeu Food Corridors aponta a falta de indústria agroalimentar de grandes dimensões e falta de profissionalismo nos circuitos alimentares curtos como fraquezas da Região de Coimbra. Emílio Torrão prefere colocar a raiz do problema nas empresas de distribuição.

A sustentabilidade da produção torna-se difícil quando não há confirmação do escoamento do produto, disse o responsável pela CIM. Embora a comunidade europeia não permita protecionismo, do ponto de vista de Emílio Torrão há que impor regras a países que não cumprem o trabalho digno e entram em concorrência com produtores nacionais.

O presidente da CIM da Região de Coimbra e da Câmara Municipal de Montermor-o-Velho dá exemplos de produtos que, ou têm concorrência desleal, ou o país não consegue pagar pela sua qualidade. Se o arroz carolino do Baixo Mondego sofre com importação a preços muito baixos em países do oriente, a exportação dos morangos de Arazede acontece porque a distribuição nacional não valoriza a produção, asseverou.

Amanhã sábado, dia 28 de maio termina a conferência com os parceiros do projeto europeu Food Corridors. Emílio Torrão destaca os principais objetivos do projeto europeu. Lembramos que a Região de Coimbra foi em 2021 a Região Europeia de Gastronomia.

A técnica da rubrica e a sonoplastia  esteve por conta de Tiago Gama e Vasco Santos