Europa
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UM PROGRAMA DE:
Miriam LopesCom Agência Lusa
Eslováquia, Hungria e Bulgária são os três países do centro e leste da União europeia (UE) que revelam posições mais favoráveis à Rússia na sequência da invasão da Ucrânia. Parte importante dos cidadãos também responsabilizarem o ocidente pela guerra.
Uma sondagem do instituto eslovaco GLOBSEC efetuada na Bulgária, República Checa, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia e Eslováquia conclui em termos gerais que estes antigos países da “órbita soviética” se sentem parte da União Europeia (UE) e da NATO, e encaram a Rússia como uma ameaça.
A Hungria com 48%, a Bulgária com 50% e a Eslováquia com 51% são os três países comunitários em que a população responsabiliza menos a Rússia pela guerra, muito abaixo dos 64% da média entre os nove países do estudo.
Os números indicam que 87% dos polacos e 78% dos checos responsabilizam Moscovo pelo conflito.
Na Bulgária, Eslováquia e Roménia, mais de um quarto da população responsabiliza o ocidente por “provocar” a Rússia, e na Hungria 18% dos inquiridos atribuem mesmo a responsabilidade da guerra à Ucrânia por “oprimir” a população russófona do país.
A Eslováquia, Bulgária e Hungria são ainda os três únicos países do grupo em que mais de um terço da população considera a Rússia como um parceiro estratégico.
Entre os nove países analisados, que entraram para a UE entre 2004 e 2007, apenas na Roménia recuou na sensação de pertença ao ocidente, em comparação com os dados de 2021.
Na Hungria, Eslováquia, Bulgária e Roménia o estudo também revela que se situa abaixo dos 40% a percentagem de cidadãos que assegura pretender que o seu país seja parte do ocidente.
A Bulgária é o país onde é menor a perceção da Rússia como uma ameaça (33% das respostas), uma percentagem muito inferior aos restantes países, mas muito elevada se comparada com os 3% que tinham essa opinião em 2020.
“Para muitos europeus do centro e leste que nos últimos anos manifestavam dúvidas sobre os amigos e inimigos dos seus países, a guerra da Ucrânia representou uma autêntica e inquietante chamada de atenção”, considera a GLOBSEC.
Esta noção da Rússia como uma ameaça é especialmente forte na Polónia e República Checa, onde 90% e 84% dos entrevistados têm essa opinião.
Pelo contrário, apenas na Bulgária (33%) e Eslováquia (39%), é significativa a percentagem de cidadãos que encara os Estados Unidos como uma ameaça.
Nestes dois países também se incluem as maiores percentagens da população que desejam abandonar a NATO, com 38% na Bulgária e 23% na Eslováquia.
Fotografia: União Europeia