AUTOR: Isabel Simões

DATA: 26.11.2021

DURAÇÃO: ...

O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres foi assinalado ontem quinta-feira, dia 25 de novembro. Um dia antes a Comissão Europeia (CE) e o alto representante/vice-presidente Josep Borrell emitiram uma declaração em que apelam a que a “Europa e o resto do mundo” se tornem em “lugares seguros para todas as mulheres e raparigas”.

A leitura do comunicado seguinte emitido pela CE foi gravado pelo locutor da RUC, Francisco Monteiro.

“A violência contra as mulheres e as raparigas constitui uma violação difusa dos direitos humanos. Na Europa, uma em cada três mulheres com idade igual ou superior a 15 anos comunicou ter sido vítima de alguma forma de violência física e/ou sexual. A violência doméstica era, já antes da eclosão da COVID-19, uma “pandemia sombra”. Durante a pandemia de COVID-19, os casos de violência doméstica aumentaram, chamando a atenção de todos para o facto de, para muitas mulheres e raparigas, o lar não ser um lugar seguro. Ao longo do ano, assistimos também a acontecimentos preocupantes que ameaçam as mulheres e as raparigas em todo o mundo. É possível fazer progressos e temos de continuar a trabalhar em conjunto de forma incansável para atingir mais metas. A Comissão proporá alargar os discursos de incitamento ao ódio e os crimes de ódio à lista de “crimes da UE”. Tal permitirá à UE criminalizar o discurso de ódio e os crimes de ódio com base no género. Iremos também propor nova legislação para prevenir e combater a violência contra as mulheres e a violência doméstica. Estamos a intensificar a nossa ação e apelamos a que continuemos todos a colaborar. Vamos tornar a Europa e o resto do mundo em lugares seguros para todas as mulheres e raparigas”.

Pode também  procurar a opinião dos vários Comissários e Comissárias da Comissão Europeia sobre o assunto nas redes sociais da Representação da Comissão Europeia em Portugal.


De acordo com nota de imprensa da Comissão Europeia (CE) as disparidades de género a nível da educação estão a diminuir, mas as mulheres continuam sub-representadas na investigação e inovação. Estas são algumas das principais conclusões do relatório She Figures de 2021 publicado pela Comissão Europeia.

O relatório salienta que, em média, ao nível da licenciatura e mestrado, “o número de mulheres supera o de homens como estudantes (54 %) e licenciados (59 %) e que existe quase um equilíbrio de género a nível de doutoramento (48 %). No entanto, persistem disparidades entre as áreas de estudo”.

O documento adianta que “as mulheres continuam a representar menos de um quarto dos doutorados no domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação e representam 60 % ou mais nos domínios da saúde e bem-estar e cerca de 67 por cento da educação”. “Além disso, as mulheres representam apenas cerca de um terço dos investigadores (33 %)”.

Também ao nível do mundo académico há disparidades. As mulheres continuam sub-representadas. Existem cerca de um quarto de mulheres professoras catedráticas (26%).

Lembramos que existe um novo critério de elegibilidade para o financiamento do Horizonte Europa segundo o qual os organismos públicos, as organizações de investigação e os estabelecimentos de ensino superior são obrigados a dispor de um Plano para a Igualdade de Género.

Técnica de Tiago Gama

Fotografia: Tumisu