AUTOR: Isabel Simões

DATA: 23.04.2023

DURAÇÃO: ...

Pedro Miguel Santos quis ser jornalista desde miúdo. Quando frequentava a Escola Primária, nas férias grandes, antes do início do período de aulas, no momento da chegada dos livros de estudo “adorava folheá-los todos”. No segundo ou terceiro ano da escola encontrou uma publicação que ensinava a fazer um jornal de parede e ficou “absolutamente fascinado com aquilo”.

Então, conseguiu convencer alguns colegas a fazerem um jornal. Escreviam notícias sobre o que se passava na aldeia e outras recolhiam da televisão. Escreviam umas coisas, desenhavam outras, faziam uns recortes e colavam numa folha A4.

A mãe de um dos elementos do grupo fotocopiava o original à socapa na reprografia da Escola do 5º e 6º ano (umas vezes eram 30 cópias, outras 50). Depois, os escribas transformavam-se em ardinas e distribuíam pelas caixas do correio no caminho que faziam a pé, desde as casas onde moravam até à escola.

Manchetes como “Não fumem, fumar faz mal” ou “O Pelourinho da Capela apareceu partido, não sabemos quem foi, foi de propósito ou não?” foram destaque no jornal.

No sétimo ou oitavo ano da escolaridade obrigatória já queria ser jornalista da SIC. No momento da escolha do curso universitário em vez de jornalismo escolheu comunicação social por pensar que “a coisa alargava um bocado” e porque já tinha a consciência de que ao escolher jornalismo podia ficar “no desemprego”.

Fez estágio na revista Visão onde ficou a trabalhar a “falsos recibos verdes”. Depois fartou-se de ser “trabalhador precário” e foi trabalhar para uma associação de defesa do ambiente.

Por causa desse trabalho, no final de 2016 foi entrevistado pelo Fumaça e gostou tanto do resultado que marcou “um café com eles” para lhes dizer que queria colaborar com a equipa. Começou no Fumaça em 2017. A partir de 2018 o Órgão de Comunicação Social profissionalizou-se e é por lá que Pedro Miguel Santos se mantém a fazer jornalismo de investigação.

Pedro Miguel Santos foi um dos convidados que fez parte do painel “As Realidades das Letras”, do Encontro Nacional de Estudantes de Letras (ENEL) que decorreu de 21 a 23 de abril em Coimbra. No palco do Teatro Paulo Quintela, na sexta-feira, dia 21 de abril, contou a sua história para os alunos congressistas.

No final, o convidado esteve à conversa nos estúdios da RUC sobre o que disse no ENEL e sobre o trabalho jornalístico do Fumaça.

Fotografia: Catarina Dias