AUTOR: Isabel Simões

DATA: 26.11.2021

DURAÇÃO: ...

Inaugura, sábado, dia 27, às 15 horas na Sala da Cidade, a quarta edição. A curadoria geral  pertence pela primeira vez a duas curadoras: Elfi Turpin e Filipa Oliveira. 

O Culturama falou com a curadora Filipa Oliveira.

Na Sala da Cidade o público vai poder apreciar, a partir de hoje, uma instalação do artista Carlos Bunga. Instalação essa que conta com esculturas africanas que estão à guarda da Universidade de Coimbra (UC).

Também este sábado, no âmbito da Programação Convergente, inicia a exposição “No sonho do homem que sonhava, o sonhado acordou”, no Círculo Sede do CAPC, com curadoria dos alunos do segundo ano do mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da UC.

“A exposição convida a refletir nos círculos viciosos do pensamento e convoca a noite — que oculta e revela — a partir de trabalhos de Alberto Carneiro, Bárbara Bulhão, Zé Ardisson, Marilá Dardot, Hector Zamora, Margarida Alves, Clara Imbert, Pedro Pedrosa da Fonseca e Rita Gaspar Vieira”, explica a organizaçãoA mostra vai estar patente até 15 de janeiro de 2022. Conta ainda com o lançamento da revista Umbigo e a projeção de filmes 16 mm que pertencem ao acervo do CAPC, na Sala das Caldeiras em parceria com o Teatro Académico de Gil Vicente.

“Meia-Noite” vai ser tema geral para conversas sobre o momento do dia em que “as diferenças se esbatem”. À semelhança da luz ou da escuridão que irradia das  diferentes fases da lua, as curadoras querem que a Anozero se envolva com os habitantes da cidade e saiba das suas opiniões sobre temas diversos. O debate acontece, na Sala da Cidade, todas as quintas-feiras, entre 2 de dezembro e 13 de janeiro, às 18 h.

Elfi Turpin e Filipa Oliveira e o Serviço Educativo do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) vão convidar organizações da cidade a visionar  filmes e a conversar sobre temas como “diversidade, igualdade, justiça social, produção de conhecimento, relações poéticas entre espécies e a noite como espaço de resistência”.

“La cabeza mató a todos, de Beatriz Santiago Muñoz (Porto Rico, 1972)Les mains negatives, de Marguerite Duras (Vietname, 1914), À Bissau, le Carnaval, de Sarah Maldoror (França, 1929) Shadow-Machine, de Elise Florenty (França, 1978) & Marcel Türkowsky (Alemanha, 1978)”, são os filmes propostos.

Diz-nos a organização que “a Anozero’21–22 Meia-Noite integra a Temporada Cruzada Portugal-França, uma iniciativa do Institut Français, avançada em julho de 2018″ pelo Presidente da República de França, Emmanuel Macron e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa”.

Entre 9 de abril e 26 de junho, Coimbra vai tornar-se a capital da Arte Contemporânea Luso-Francesa com as exposições a regressarem a espaços emblemáticos da cidade, como o Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova. Depois das Invasões Francesas, em especial da terceira que deixou marcas na Região de Coimbra, chega a reconciliação através da Arte.

A partir da quinta edição a Anozero vai passar a iniciar em abril, em vez de novembro. Uma forma de prestar homenagem à revolução de 1974 que tirou o país da “Noite” do Estado Novo, julgamos nós.

A Anozero é uma organização do CAPC, Município de Coimbra e UC. A primeira edição realizou-se em 2015. Com o tema “Um Lanço de Dados” a primeira Anozero esteve no 1111 da RUC, pode voltar a ouvir aqui.

A entrevista a Delfim Sardo, o segundo curador geral da Anozero de 2017 com o lema “Curar e Reparar”, também aconteceu e pode ser revisitada aqui.

Já a conversa sobre a Anozero de 2019, com o tema “A Terceira Margem”, tendo Agnaldo Farias como curador geral, teve lugar também no 1111 e está disponível aqui.