AUTOR: Isabel Simões

DATA: 29.03.2022

DURAÇÃO: ...

No próximo mês de Abril regressa em pleno e de forma presencial o Festival “Abril Dança em Coimbra”. Convento São Francisco e Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) voltam a ser palco para a dança contemporânea e tudo o que ela envolve.

“São mais de uma dezena de espetáculos, residências artísticas, quatro estreias nacionais, duas criações internacionais, duas criações para públicos escolares, workshops e masterclass, além da exibição de quatro filmes comentados, que convocam a dança para primeiro plano”, informa a organização.

Na apresentação do programa que se realizou no Convento são Francisco no dia 23 de março, o diretor do TAGV, Fernando Matos Oliveira, destacou a diversidade das escolhas que passaram pela dança mas também por outras artes que a dança contemporânea transporta.

A nova criação da coreógrafa Clara Andermatt, “Pantera”, acontece a 22 de Abril, no Convento São Francisco. Trata-se de uma homenagem ao músico e compositor Orlando Barreto, mais conhecido como Pantera, nascido em 1967, na ilha de Santiago em Cabo-Verde. O bailado conta com Mayra Andrade como convidada especial.

A Europa Danse Company, uma companhia de jovens intérpretes, com sede em Bruxelas foram  destaques apontados. São também várias as coproduções presentes na programação de 2022.

Fernando Matos Oliveira revelou ainda que durante o próximo ano a ambição vai mais longe, no que diz respeito à afirmação da dança em Coimbra.


Mais programação em destaque passa pelo resultado de residências artísticas, cinema, documentários e estreia nacional no âmbito da Temporada Portugal/França 2022:

“Após a realização de residência artística, o TAGV apresenta em antestreia a nova criação “Portrait of a Dancer as Velvet”, da dupla de Hugo Calhim Cristóvão & Joana von Mayer Trindade, além de “Feedback”, de André Braga e Cláudia Figueiredo.

A margem, a identidade e a inquietação geracional marcam os solos fulgurantes “Soulèvement”, de Tatiana Julien – estreia nacional no âmbito da Temporada Portugal/França 2022 – e o solo “Neon 80”, da jovem coreógrafa portuguesa Beatriz Dias.

O TAGV propõe ainda um conjunto relevante de documentários e filmes comentados, abordando temas como a relação entre a arquitetura e o corpo (Henrique Pina), a cidade, a cultura e os processos de gentrificação (Maria João Guardão e João Fiadeiro) ou as biografias e trajetos criativos de nomes como Loïe Fuller (1862-1928) ou Olga Roriz.”


A organização da iniciativa que se realiza a três desde 2016, junta Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e Universidade de Coimbra e tem mobilizado a comunidade de dança e o público do concelho onde existem doze escolas de dança.

Francisco Paz, o novo programador do Convento São Francisco, reforçou a ligação, este ano, a escolas de Coimbra mas também a duas escolas da região. Lembrou que com a vinda da companhia de Paulo Ribeiro para o Convento São Francisco a componente formativa da dança em Coimbra vai ocupar um lugar de relevo.

João dos Santos Martins e Ana Bigotte Vieira curadores da exposição “Dança em Coimbra?! Para uma Timeline a Haver – Genealogias da Dança como prática artística em Portugal”, explicaram a investigação que fizeram sobre a apresentação e o ensino da dança na cidade, desde os anos de Madalena Biscaia Farinha (mais tarde Perdigão). Inaugura a 1 de Abril no Convento São Francisco.

O papel do TEUC e do CITAC, a passagem dos ciclos de dança e de música da Fundação Calouste Gulbenkian pelo TAGV, ou a vinda, no fim dos anos de 1960, de Merce Cunningham ao que era na altura Teatro Gil Vicente, foram iniciativas de relevo mencionadas pelos curadores.

A Bienal Universitária de Coimbra traz à cidade “A nova Dança Portuguesa” nos anos de 1990, “numa altura em que a cidade era um ponto expressivo da contracultura no país”, lembra o programa.


Ainda no âmbito do programa “Abril Dança em Coimbra o Convento São Francisco acolhe “Imenso” uma história de cadeiras de todas as vidas. A estreia está marcada para os dias 2 e 3 de abril. A coreógrafa Madalena Victorino deu vida a um bailado a que gosta de chamar “encontros”.


“Abril  Dança em Coimbra foi destaque do Culturama de terça-feira, dia 29 de março. “Pode consultar todo o programa de “Abril Dança em Coimbra” aqui:


Fotografia: CMC