Crime Na Cidade
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Isabel SimõesA Polícia Judiciária (PJ) está a investigar um único crime informático no ciberataque à Vodafone, em colaboração com entidades internacionais, mas também com os serviços secretos, e considera “prematuro” associar este ataque a outros ocorridos recentemente.
De acordo com a Agência Lusa, numa conferência de imprensa “a título excecional” para “esclarecer informação contraditória”, que decorreu na sede nacional da PJ, em Lisboa, ao início da noite de ontem, o coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), Carlos Cabreiro, clarificou que o ciberataque à empresa de telecomunicações Vodafone está a ser investigado como um único ataque.
Segundo o coordenador da UNC3T, o trabalho “é feito em equipa”, não só em termos de cooperação internacional, que envolve a Europol e a Interpol, por exemplo, mas também nacional, envolvendo o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e os serviços de informações do Estado.
Os principais objetivos da investigação neste momento são perceber as motivações do ataque, a recolha de prova, “que neste caso em concreto tem especificidades e depende de alguma especialização associada ao uso das novas tecnologias”, e apurar se dados pessoais e informação confidencial foram eventualmente comprometidos.
Sobre o impacto em organismos do Estado e a sua resiliência a futuros ataques, Carlos Cabreiro sublinhou a importância de uma “cultura de segurança informática” que tem que começar em cada cidadão, referindo a tendência de crescimento deste tipo de crimes. Esclareceu que o ataque foi dirigido só à operadora de telecomunicações.
A Vodafone assumiu ontem que foi alvo de um ciberataque na segunda-feira e disse que não tem indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.
A Vodafone lamentou, através de uma nota, os transtornos causados aos clientes e informou que tem “uma equipa experiente” de profissionais de cibersegurança que, em conjunto com as autoridades competentes, está a realizar uma investigação aprofundada “para perceber e ultrapassar a situação”.
A empresa disse que foi alvo de um “ciberataque deliberado e malicioso” com o objetivo de causar danos e perturbações e garantiu que assim que foi detetado o primeiro sinal de um problema na rede, agiu “de forma imediata para identificar e conter os efeitos e repor os serviços” e explica que a situação está a afetar a prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital.
Com Agência Lusa