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Novo Fungo capaz de provocar danos nas pedras descoberto por investigadora da UC

A descoberta foi feita no âmbito dum trabalho de doutoramento que tinha como objetivo identificar comunidades fúngicas que estavam a colonizar a pedra do Panteão dos Lemos, Monumento Nacional localizado em Trofa do Vouga, concelho de Águeda

A investigadora do Centro de Ecologia Funcional (CFE) do Departamento de Ciências Vivas (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Diana Paiva, identificou uma nova espécie de fungo microcolonial negro com potencial para deteriorar monumentos de pedra.

Ao isolarem as amostras de fungos houveram culturas que não foram possíveis de serem encontradas e de serem identificadas. A partir dos resultados, a equipa trabalhou com a finalidade de as tentar identificar e acabou por descobrir uma nova espécie, a Saxispiralis lemnorum.

O fungo colonial negro e a família em que ele se enquadra são caracterizados pela grande presença de melanina, sendo daí proveniente o seu nome, por terem um potencial enorme para causar a deterioração da pedra e pela sua impressionante capacidade de sobreviver a condições adversas.

A espécie foi encontrada apenas no Panteão dos Lemos e a outra espécie, que também faz parte da mesma família, o Aeminium ludgeri, foi identificado em Coimbra. Esta espécie está apenas restrita a Portugal, em específico à zona centro, aos monumentos de pedra calcária.

Em entrevista à RUC a investigadora Diana Paiva afirmou que não é por o fungo ter sido encontrado na pedra, que a esteja a prejudicar e esclareceu que, apesar de poder ter um impacto negativo e de poder causar dano na pedra, isso não significa que seja o que está a acontecer.

A investigadora da FCTUC  explica que não devemos pensar em irradicar o fungo visto que é praticamente impossível mas sim tentar identificar a espécie, conhecê-la, perceber os critérios que ela cumpre para se desenvolver e quais são as circunstâncias em que pode causar danos. A partir daí devemos tentar minimizar o impacto que ela tem.

O conhecimento desta investigação pode ser utilizado para prevenção do dano de outros monumentos com as mesmas características daquele em que foi encontrado o fungo. No entanto, deve-se aprofundar o conhecimento global porque não é só o fungo que influencia a pedra, mas também as condições ambientais e o próprio substrato.

Para mais informações pode visitar o site da Universidade de Coimbra.

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