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Coimbra celebra 25 de Abril com críticas e propostas

Os oradores convidados a discursar na sessão solene do 25 de abril em Coimbra, rememoraram os valores da revolução dos cravos e discutiram o futuro da democracia em Portugal.

Na manhã do 25 de abril, realizou-se no Salão Nobre a sessão comemorativa do 48º aniversário da Revolução dos Cravos. O evento esteve aberto ao público e contou com intervenções dos representantes de partidos com assento na Assembleia Municipal, do presidente interino da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), Daniel Aragão e do presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva.

O deputado do Partido Socialista (PS), Manuel Ferreira da Silva assinalou a existência de espaços de “abuso de autoridade, do poder e da intolerância que devem dar lugar aos espaços da seriedade, da verdade e da liberdade”. O representante do PS acusou o atual presidente da câmara de fazer “ultimatos” e de “ameaçar os valores do Estado de Direito Democrático”.

João Malva, deputado do movimento Cidadãos por Coimbra referiu a urgência de apelar a uma cidade mais ecológica e com mais jovens que contribuam para novas políticas sociais, económicas e laborais.

José Manuel Silva discursou pela primeira vez no 25 de Abril enquanto presidente da Câmara Municipal de Coimbra e priorizou a menção a Salgueiro Maia e ao programa do movimento das forças armadas portuguesas. O discurso passou também pelas eleições francesas, a guerra na Ucrânia e a crítica aos partidos extremistas.

O orador manifestou cinco desafios que Portugal deve enfrentar para melhorar e assegurar a democracia: agilizar a descentralização, defender o meio ambiente e apostar na literacia verde, lutar contra o racismo e a xenofobia, promover um desenvolvimento sustentável, harmonioso e esclarecido e reformar a justiça e suprimir a corrupção.

Em declarações à comunicação social, José Manuel Silva evocou o que a revolução trouxe às pessoas e ao país: a Democracia e a liberdade ao povo. O entrevistado afirmou que os ideais de Abril ainda estão por preencher dado que apesar dos problemas mais graves terem sido resolvidos na sequência do próprio 25 de Abril, os dias de hoje continuam a ser dias de luta.

O presidente da CMC relembrou o 26 de abril como o dia em que as pessoas andaram na rua, felizes e curiosas face a um “futuro incerto”.

De acordo com José Manuel Silva, a CMC procurou estender as comemorações a uma semana visto que o 25 de Abril não se limita ao dia e representa tudo o que lhe antecedeu e sucedeu. O pombalense considerou essencial passar aos jovens a realidade de um tempo que os mais novos não viveram.

Relativamente ao financiamento da ADSE, o autarca anunciou que a CMC vai solicitar uma reunião com o Governo para discutirem esta matéria. Na perspetiva do entrevistado, o financiamento atual através das autarquias, não é viável.

José Manuel Silva acrescentou ser necessário uma reforma e um retorno a um financiamento assente numa estrutura etária em pirâmide de forma a que o milhão e meio de euros da autarquia de Coimbra destinados à ADSE anualmente possam servir ao investimento na baixa da cidade.

O presidente interino da Direção-Geral da Associação de Coimbra, Daniel Aragão interveio na sessão a aproveitou para recordar o papel que os jovens desempenham na luta dos valores de Abril.

As comemorações encerram a 26 de abril numa sessão direcionada ao público escolar.

Fotografia: CMC

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