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Eleições Legislativas 2022: Debate entre mandatários da juventude (Minuto a Minuto)

Propostas para a juventude estão no centro da discussão promovida pela RUC, pela DG/AAC, pelo jornal “A Cabra”, e pela tvAAC.

No âmbito das Eleições Legislativas, a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), em conjunto com a Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), com o Jornal Universitário “A Cabra” e com a tvAAC,  recebe hoje, pelas 18h30, os representantes das candidaturas para a área da Juventude dos partidos com representação parlamentar que se candidatam à Assembleia da República pelo círculo de Coimbra. Com este debate, procuramos dar voz às propostas prioritárias de cada candidatura, dando palco aos candidatos das diversas forças políticas que reclamam um lugar na Assembleia da República.

O debate decorre a partir do Student Hub, cedido pela Universidade de Coimbra (UC), e vai ser transmitido em 107.9FM, em ruc.pt e via Facebook tvAAC, contando com a moderação de Pedro Andrade da RUC, Joana Carvalho d’A Cabra e Diogo Mateus da tvAAC. Em representação dos partidos vão estar: Mariana Garrido pelo Bloco de Esquerda (BE), Rafael Dias pelo Centro Democrático Social (CDS), António Pereira pela Coligação Democrática Unitária (CDU), João Ambrósio pela Iniciativa Liberal (IL), Rui Mamede pelo Livre (L), Martim Syder pelo Partido Social Democrata (PSD), José Dias pelo Partido Socialista (PS) e Emanuel Candeias pelo Pessoas-Animais-Natureza (PAN). O partido Chega não apresentou qualquer representante e, por isso, não vai marcar presença.

Este debate, que deve incidir nas questões relacionadas com a juventude do distrito de Coimbra, foi dividido em 3 diferentes momentos: para começar, vai haver oportunidade para que as candidaturas se apresentem. De seguida, serão realizadas 4 rondas de perguntas acerca de temas decididos previamente pelos moderadores. Por fim, haverá espaço para alegações finais.

Pode acompanhar aqui as intervenções dos protagonistas:

Intervenções Iniciais

IL – A Iniciativa Liberal é o único partido que respeita os “três pilares liberais”. Defendem a descida da carga fiscal, a descentralização e a liberdade de escolha na saúde e na educação.

CDS-PP – O CDS é um partido patriota pela unidade nacional – afirma-se contra a regionalização e, assim, contra a criação de mais uma classe política. No entanto, defende a centralização e a coesão territorial (salienta a degradação do IP3).

PSD – Destaca o atraso de Portugal face aos restantes países europeus, salientando a necessidade de mudança para reverter a situação dos jovens portugueses.

BE – Salienta que é a única mulher do leque de jovens enviados pelo partido. Diz que priorizar uma luta em relação a outra é deixar alguém para trás, sendo que “o Bloco não deixa ninguém para trás”.

Livre – Vê no Livre um projeto de futuro e lembra que o Livre é o único que escolhe os candidatos através de eleições primárias, ou seja, é um partido que incentiva a democracia. Os dois pilares do partido são a justiça social e a justiça ambiental.

PAN – Apesar das críticas de radicalismo, o PAN vê-se com um partido progressista. Segundo aponta, o programa do partido ecocêntrico, feminista e defende o bem-estar animal.

PS – Faz balanço positivo dos últimos 6 anos de governação, apontando a diminuição do desemprego, a diminuição da dívida pública e a diminuição da propina como algumas das principais conquistas do PS.

CDU – Recorda que chega à JCP depois de, no secundário, se ter apercebido que o PCP é o partido que luta na rua e no parlamento com uma forma de fazer política que rompe com o ideário dos sucessivos governos de PS e PSD.

Ensino Superior

IL – A Iniciativa Liberal defende uma mudança de sistema de acesso ao ensino superior porque acredita que um exame não é suficiente para conhecer os alunos, atirando a responsabilidade para as instituições de ensino superior. É contra a abolição da propina por ser “uma das medidas mais desiguais”, defendendo um aumento das bolsas de estudo.

BE – Tem uma postura crítica face aos exames do ensino básico e secundário. Responde ao colega da IL, dizendo que só com propina 0 há um acesso igualitário ao ensino superior, destacando também a aposta na habitação e na ação social.

CDS – Defende os exames nacionais por ser um critério de igualdade e de mérito a nível nacional. Propõe reforma do ensino superior e caracteriza propina 0 como insustentável. No entanto, acha que as falhas não podem ser suprimidas apenas com bolsas de estudo.

PSD – Para combater a desertificação do interior, propõe a descida do IRC para quem vive fora dos grandes centros urbanos. Esta desigualdade também é combatida pelos exames: provas homogéneos em todas as regiões e que não distinguem consoante o local de nascimento. Para o PSD, o fim da propina aconteceria “num mundo utópico”.

CDU – É pelo fim dos exames de acesso ao ensino superior por promoverem uma grande desigualdade, defendendo a valorização da avaliação contínua. Lembra ainda que a abolição da propina é urgente e destaca também a necessidade da aposta na habitação para os estudantes.

PAN – Propõe a revisão do modelo de acesso ao ensino superior, acreditando que toda a envolvência dos estudantes no panorama extra curricular tem de ser valorizado. O PAN defende a diminuição da propina no imediato e, até à sua extinção, o investimento nas bolsas de estudo. Por fim, o PAN toca ainda na defesa dos jovens no acesso ao mercado de trabalho e no investimento na saúde mental.

PS – Propõe a continuação da luta pela descida do valor das propinas e salienta o papel do partido no estabelecimento do valor atual, mas também no acréscimo do número de bolsas de estudo. Lembra que o PS quer o aumento do número de camas para o ensino superior e a gratuitidade dos transportes para os seus estudantes. Deixa ainda críticas ao modelo de acesso ao ensino superior proposta pela Iniciativa Liberal.

Livre – Acredita que, mais do que a função de elevador social, o ensino superior deve ter o objetivo de capacitar os cidadãos. Apesar de não se opor ao modelo de ensino superior, defende que este é desigual, mas que o problema vem a partir de base. Acrescenta ainda que o 12º ano devia ser substituído por um ano 0 no ensino superior.

CDU – Defende que as bolsas devem aumentar em número e em valor, uma vez que as dificuldades que passam os estudantes não têm tido resposta por parte da ação social. Para a CDU, a ação social falha não só nas bolsas, mas também na habitação ou na alimentação, graças ao “subfinanciamento crónico da ação social”.

IL – Aponta a “demagogia das propinas 0” por acabarem por ser pagas por quem não estuda no ensino superior, resultando no aumento da carga fiscal. Por oposição, reivindica o aumento da ação social porque “estudar no ensino superior não é só pagar propinas”.

BE – Aponta os problemas no acesso às bolsas de estudo e ao seu subfinanciamento como justificação para o afastamento de alguns estudantes do ensino superior. Destaca as questões levantadas pelo colega da CDU relacionadas com a habitação e com a alimentação.

Livre – Lembra que o custo de vida para quem estuda no ensino superior é diferente consoante o local de estudo. Critica o modelo de acesso às bolsas e refere que a oferta de alojamento para estudantes deve estar incluída numa política mais abrangente de habitação pública.

PS – Afirma que os mitos de insustentabilidade de redução da propina já foi quebrado e que o partido se vai bater pela continuidade da sua redução. Segundo afirma, a aposta na ação social está a ser feita e acrescenta ainda que se está a responder aos problemas na habitação estudantil.

CDS – Aponta que a propina 0 levanta graves problemas ao nível de emancipação dos estudante e do investimento na ação social. Quer desmistificar a visão de que os jovens só são valorizados quando se licenciam, destacando que muitas profissões começam a não responder à procura por falta de profissionais na área.

PAN – Pretende alargar as bolsas no ensino superior para responder às necessidades dos jovens. No âmbito da habitação, o PAN quer que haja um levantamento de imóveis devolutos que se possam converter em habitação estudantil. Na alimentação, o partido defende que aconteça uma transição para um modelo à base de plantas.

PSD – Em resposta ao representante da CDU, afirma que a redução das propinas resultou no aumento da carga fiscal que é, agora, a maior de sempre. Para o PSD, a aposta deve fazer-se no aumento de apoios sociais e não pela redução da propina.

Emprego Jovem

CDU – Para promover a diminuição da precariedade no acesso ao emprego, a CDU bate-se por medidas como o fim da caducidade da contratação coletiva ou o aumento do salário mínimo, que, segundo afirma, é aquele que a maioria dos jovens recebe.

PS – O representante do PS lembra que o partido tem tentado incentivar as empresas para a contratação jovem e aponta que a luta deve ser pelo aumento do salário médio e não só pelo salário mínimo. Lembra a proposta de “IRS Jovem” em que o PS quer apostar.

PAN – É necessário garantir a remuneração de jovens nos estágios profissionais, apontando o cofinanciamento do estágio durante o primeiro ano como uma medida importante para incentivar a contratação jovem por parte das empresas. Concorda com a proposta de IRS do Partido Socialista e salienta também a importância das 35h semanais para todos.

Livre – Fazer recuperar alguma noção do valor de trabalho, apontando a importância do Rendimento Básico Incondicional (RBI) que é “apenas justa” num modelo económico em que se acumulam enormes montantes “à base de coisa nenhuma”. Toca também na questão da valorização dos doutorandos e aponta a importância de atribuição de subsídio de desemprego no caso de os jovens se terem demitido.

BE – Salienta as condições de precariedade em que vivem os jovens, considerando que esta “não tem de ser um destino obrigatório”, nem para aqueles que estudam cursos no âmbito das humanidades. No entender do Bloco, a precariedade deve-se às políticas laborais do governo PSD/CDS que o PS acabou por não reverter na sua totalidade.

PSD – No entender do PSD, a riqueza vai ser produzida pelas empresas e têm de ser estas a aumentar os salários. Por isso, são as empresas que têm de ser incentivadas (através de medidas como a descida do IRC) para conseguir diminuir a precariedade entre os jovens.

CDS – Defende que não se deve olhar para o salário mínimo, mas para o crescimento de rendimentos e do salário médio. De acordo com o representante do partido, estes resultados só podem ser alcançados com a aposta nas áreas que têm sido esquecidas e que têm especial expressão no interior do país.

—— Falha na emissão ——

Cultura

CDU – Lembra o papel da CDU na diminuição do IVA, na erradicação da precariedade da cultura e na dinamização do desporto escolar, salientando que nenhuma medida da cultura se pode entender quando desligado dos outros vetores da sociedade.

PS – O partido tem a perspetiva de ultrapassar 1% do Orçamento de Estado nos próximos 4 anos. O PS propõe-se a ajudar os agentes culturais e a valorizar a requalificação e a transição digital na cultura e nos órgãos de comunicação, algo que destaca como fundamental nas mais diversas áreas.

BE – A linha principal do Bloco para a Cultura é a defesa de 1% para a cultura, lembrando que esta é uma área desvalorizada na vida política portuguesa e que ainda é muita vista de uma perspetiva economicista e com o lucro como objetivo (uma visão que, afirma, alimenta a precariedade dos trabalhadores da área).

CDS – (em resposta ao BE, que fala numa “xenofobia da língua”) O CDS defende que o acordo ortográfico queria funcionar como forma de desvalorizar as idiossincrasias da língua nos mais diversos países, apontando que a maioria dos escritores portugueses se lhe opunham.

PSD – O PSD bate-se pela democratização da cultura e defende que se deve adotar uma visão multicultural da mesma. Nesse sentido, o partido destaca algumas propostas como o voucher da cultura.

Livre – Responde ao representante da Iniciativa Liberal pela crítica ao RBI, apontando que este não tem em conta quem realmente passa dificuldades. Em relação à cultura, destaca a importância da RTP, a implementação da cultura no ensino e a sua “descolonização”.

PAN – O partido defende que as áreas da arte, da cultura, da educação e da ciência não podem deixar de ser vistos como um todo. Segundo afirma, o representante do partido aponta também que se tem perdido uma oportunidade para apostar na cultura com a implementação do PRR.

CDU – A CDU acredita que o estado deve intervir em todos os setores da cultura, incluindo a imprensa. Segundo afirma, a imprensa no setor privado acaba por ficar “subjugada ao valores do capital”, apesar de admitir que a imprensa pública pode ficar subjugada aos interesses políticos do governo.

IL – Critica veementemente as considerações do representante da CDU, apontando que é muito mais perigoso que a imprensa esteja na mão do Estado. No seu entender, o Estado não tem interesse em manter a RTP.

PSD – Garante a RTP deve continuar pública, mas que a problemática apontada em relação aos interesses privados não tem colagem com a realidade portuguesa.

Alterações Climáticas

Livre – Prioriza os transportes públicos coletivos no sentido de diminuir a emissão de gases poluentes, sendo pela diminuição do recurso aos transportes aéreos. Aponta o projeto do MetroBus como um problema por ter deixado de incluir a sua vertente ferroviária, que considera o futuro.

IL – Defende uma aposta na ferrovia através do Plano Nacional da Ferrovia que consta no programa do partido. Aponta que o Estado deve intervir nestas áreas em que o setor privado não intervém.

CDS – É por uma aposta numa economia circular que, no seu entender, tem nelas a chave para implementar políticas verdes, ambientalmente sustentáveis e “não ditatoriais”.

PSD – Acredita que o futuro deve passar por uma combustão a frio que gere uma “energia infinita”, levantando a importância do Green Deal, que se propõe a descarbonizar totalmente o país nas próximas décadas. Por fim, destaca ainda a necessidade de reflorestar o país.

Bloco – Defende a criação do Ministério da Ação Climática e do estatuto de ativista ambiental, algo que protegeria aqueles que fazem a defesa legal do combate às alterações climática. A representante do partido acrescenta ainda as preocupações a nível de energia, transporte, entre outros.

PAN – Demarca-se no “mito do crescimento económico”, defendendo que este crescimento só pode ser possível num modelo que tenha noção dos recursos finitos do planeta. Para o PAN, o Estado deve acabar com os subsídios para a exploração dos animais de pecuária. Por fim, realça a relevância da aposta em meios de transporte não poluentes.

PS – Salienta os progressos feitos pelo seu partido nos últimos anos na transição energética e aponta a necessidade de apostar na energia eólica e a implementação do “Ferrovia 2030”, com a eletrificação total das linhas férreas.

CDU – Ainda sobre a imprensa, acrescenta que não defende um monopólio público ou privado do setor. Destaca a mitigação e combate às alterações climáticas através da defesa da soberania nacional, independente de interesses externos. Entre as preocupações estão também a questão do incentivo ao uso dos transportes públicos, da defesa da floresta e da transição do modo de promoção.

Alegações Finais

CDU – Defesa às questões concretas das populações, investimento no SNS, subida geral dos salários e combate às medidas laborais da Troika.

PS – Defesa do trabalho feito nas várias áreas, tal como as alterações climáticas ou na educação.

PAN – O crescimento do PAN tem vindo a trazer para o debate temas importante e pelos quais é urgente agir.

BE – Luta pela democratização do ensino superior, pelo investimento na SNS, pelo aumento das pensões, pela defesa das pessoas LGBT+ e das mulheres.

PSD – Apelo a um voto de confiança no PSD que vai construir riqueza, subir salários e diminuir a necessidade de emigração jovem.

CDS – Defesa da direita, “o único voto que não vai cair ao bolso de António Costa”, em defesa do país

IL – Necessidade de mudança, defesa da liberdade de escolha na saúde e na educação e priorização do crescimento económico.

 

Em breve, vai poder consultar o debate na íntegra no serviço de Podcasts RUC.

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