Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) alerta para risco de Centro de Neurociências de Coimbra perder investigadores
Em entrevista ao Observatório Nuno Peixinho, dirigente do SPCR, mostrou-se preocupado com o risco de perda de Investigadores no Centro de Neurociências de Coimbra, após com a transição de tutela privada para a tutela da Universidade de Coimbra.
O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) alertou hoje para o risco de o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), ligado à Universidade de Coimbra, poder perder investigadores na transição da esfera privada para o domínio público.
O CNC, criado em 1990 como instituição privada sem fins lucrativos e que é regido pelo direito privado, está em vias de ser integrado na Universidade de Coimbra, “para fazer face aos problemas” financeiros que assolam aquele organismo.
Segundo o dirigente do SPRC, Nuno Peixinho, a mudança pode afetar a continuidade dos funcionários associados ao CNC, que conta com cerca de 100 investigadores.
O problema é sobretudo relevante para cerca de 40 investigadores cujos contratos, feitos ao abrigo do direito privado, podem ir até seis anos. “Se estivessem numa instituição contratados ao abrigo da lei pública, se o contrato for renovado até ao sexto ano, a instituição tem que criar um concurso aberto para esse lugar”, referiu Nuno Peixinho, salientando que no caso de uma instituição privada não há essa obrigação.
Abre-se assim, a possibilidade de perder investigadores altamente qualificados no CNC., bem como as respetivas investigações. Estes investigadores ficam limitados aos concurso gerais atualmente existentes da FCT.
O Sindicato exige a transição de todos os investigadores do CNC da esfera privada para a Universidade de Coimbra. No entanto, no processo de integração na Universidade de Coimbra (UC), a instituição pretende que continue a existir “um CNC privado”, “só para levar até ao fim esses contratos”, não abrindo a possibilidade de ser lançado um novo concurso.
Nuno Peixinho refere ainda, que esta situação é apenas um exemplo dos riscos de colapso que a investigação em Portugal corre nos próximos anos, com a perda de 2000 investigadores, aspeto, que salienta, está ainda sem resposta nos gabinetes do Ministério do Ensino Superior e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
O SPRC reconhece que a resolução do problema “não depende da vontade da direção do CNC”, avançando que irá “suscitar junto da tutela a necessidade de serem encontradas com a FCT as condições necessárias para dar continuidade dos contratos, com os ajustes necessários”.