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Festival Peça-Palavra quer “fazer ressurgir a vontade de lutar por uma Academia melhor”

O festival organizado pelo Teatro Experimental Kagadal reflete o sentimento partilhado por estudantes, em particular de Estudos Artísticos, de que a academia insiste na teoria e distancia-se da prática. A iniciativa quer aproximar pólos dinamizadores da cultura que tendem a não dialogar.

“Celebrar as lutas estudantis e pensar o ensino superior de hoje”: a partir destas premissas, a primeira edição do festival Peça-Palavra ocupa várias repúblicas e espaços culturais da cidade com conversas, espetáculos performativos e uma exposição, até ao dia 22 de abril.

O Teatro Experimental Kagadal (TEK), um grupo que se formou no seio da República dos Kágados e que tornou ao ativo em 2022, é o promotor do festival. O coletivo é composto por alguns estudantes de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), que partilham o sentimento de que a academia se distancia da prática artística, segundo Joana Ferrajão, uma das integrantes. A academia encerra-se na teoria e é “presunçosa” em relação ao trabalho artístico, nas palavras da organizadora do Peça-Palavra. Não se pensa, de acordo a habitante da República dos Kágados, sobre “a dificuldade que é levar um espetáculo a cena”.

O festival pretende, segundo Joana Ferrajão, aproximar pólos dinamizadores da cultura que não costumam comunicar, como os grupos académicos amadores e as companhias profissionais. A organização quer ainda a levar o curso de Estudos Artísticos até aos espaços culturais da cidade, como o Teatro Académico de Gil Vicente, o Grémio Operário e o Atelier a Fábrica. A ideia de pôr a academia e a cidade a dialogar começou a fervilhar há dois anos entre alunos do curso de Estudos Artísticos que se sentiam descontentes com o distanciamento entre as suas expectativas e a realidade do mercado de trabalho, conta a integrante do TEK.

Joana Ferrajão sublinha a importância de o festival permitir que professores, estudantes, ex-estudantes, funcionários e sindicalistas se reúnam para trocar ideias.

Entre outras atividades, para fechar o festival, há no dia 22, às 17h00, a conversa “Estudo, prática e trabalho artísticos: que direções?”, no Teatro Estúdio Bonifrades. No final das iniciativas, há sempre um lanche comunitário disponibilizado pelas várias Repúblicas, espaços que a organização quer dar a conhecer e valorizar.

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