SESLA/AAC organiza declamação de poemas para incentivar “o prazer de partilhar a literatura com desconhecidos”
“A leitura é pouco sociável”, por isso é importante partilhá-la, aponta Mattia Faustini. Uma hipótese é ler em voz alta. Assim surge a iniciativa avançada por parte da Secção de Escrita e Leitura em colaboração com a Associação Académica e a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra.
A Secção de Escrita e Leitura da Associação Académica de Coimbra (SESLA/AAC), em conjunto com a Direção-Geral da Académica (DG/AAC) e com a Agência para a Promoção da Baixa (APBC), celebrou, no dia 1 de fevereiro, o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, com uma declamação de poemas aberta à participação da comunidade, que teve lugar na Baixa.
A iniciativa passou, segundo Mattia Faustini, membro da SESLA/AAC, por uma desconstrução da prática da leitura, já que o leitor, que é, por norma, solitário, foi chamado a assumir-se como performer e a quebrar a fronteira que o divide do espectador. Incentivar os benefícios da leitura em voz alta, como uma melhor compreensão textual, partilhar novos textos e, sobretudo, socializar a literatura: estes são os objetivos do evento, enumerados por Mattia Faustini.
Os textos disponibilizados a quem participou da iniciativa provêm, em parte, da biblioteca da SESLA/AAC. Alguns foram trazidos por membros da secção e outros doados por entidades externas. Reuniu-se uma mistura de géneros literários, desde a poesia à prosa, passando também pelos textos dramáticos.
Mattia Faustini conta que, a princípio, só contava com a leitura de poemas por parte dos membros da Secção de Escrita e Leitura, mas acabou por dar-se “um fenómeno de leitura difusa”.
A SESLA/AAC diz querer comprometer-se mais com iniciativas que possam contribuir para revitalizar locais da cidade que não são considerados “académicos”, para além da Baixa.
Ler em voz alta é possível de diferentes formas, como expõe Mattia à RUC: no caso do “Poetry Slam”, outra atividade promovida pela secção, não há um texto físico em mãos, mas apresenta-se na mente do autor.
Fotografia: SESLA/AAC