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16.05.2025POR Gonçalo Pina

Miguel Cardina (BE): “Não pode haver álibis para o Palácio da Justiça não avançar”

Bloco de Esquerda sublinha que “vamos somando situações de descuidado” no distrito. Cabeça-de-lista do círculo eleitoral de Coimbra considera que os problemas do país são, em grande medida, os problemas de Coimbra.

Os atrasos nas grandes obras têm sido recorrentes em Coimbra e, acredita Miguel Cardina, isso é em si só um sinal de desvalorização da região e da cidade. Podemos falar do exemplo do Palácio da Justiça (o candidato do Bloco de Esquerda por Coimbra nota que as infraestruturas da Justiça no distrito estão numa situação “deplorável”, com infestações, humidade e dentro das quais é costume chover), mas também da nova maternidade ou da ligação rodoviária entre Coimbra e Viseu, onde os problemas estão longe de estar resolvidos.

“O IP3 é um cancro instalado no distrito”

No entender do Bloco, os problemas de mobilidade são gritantes na região. Cardina afirma-se contra a “ditadura do automóvel” e pede investimento grande em transportes públicos, assinalando que o distrito está neste momento ainda muito mal servido. Olhando para a política autárquica, o candidato refere a proposta de José Manuel Pureza de fazer dos SMTUC gratuitos e acrescenta que é necessário pensar na articulação entre os autocarros, o Sistema de Mobilidade do Mondego e a restante rede viária. Não obstante, o principal investimento que pede é mesmo na ferrovia.

Miguel Cardina também olha com  desconfiança para o que tem sido feito no campo da Saúde e, à semelhança do que dizem os outros partidos à esquerda (e não só), critica a fusão hospitalar, que considera ter sido “mal feita”, pela forma como abandonou o Hospital dos Covões. Para além disso, atacou ainda a mais recente transição para Unidade Local de Saúde ao dizer que não podemos criar modelos nesta unidade “gigantesca” e que devem ser reforçadas as unidades de saúde familiares.

“Fomos ultrapassados e entrámos num modelo de gestão que entende a Universidade como empresa”

Foi por muito pouco que o atual governo não conseguiu rever o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. Miguel Cardina acredita que se devia dar “um passo atrás” (que também se pode considerar “um passo em frente”) para pensar um modelo ainda mais democrático de ensino, com um Conselho Geral ainda mais representativo. O candidato não deixou de tocar a necessidade de garantia de alojamento aos estudantes e puxou a brasa à sua sardinha para falar da “precariedade naturalizada” que se vive na investigação.

Pode ouvir a entrevista completa através do link acima ou do nosso Spotify.

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